Diário da Região
Cível

Pais de jovem atropelada em Cedral pedem quase R$ 1 milhão de indenização a motorista

Na esfera criminal, estudante de psicologia já foi pronunciado para ir a júri popular

por Joseane Teixeira
Publicado em 06/03/2024 às 17:06Atualizado em 06/03/2024 às 17:51
Na foto, Estéfany Ferreira Medina de 20 anos morreu após ser atropelada na madrugada domingo, 29 (Reprodução)
Na foto, Estéfany Ferreira Medina de 20 anos morreu após ser atropelada na madrugada domingo, 29 (Reprodução)
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Os pais da jovem Estefany Ferreira Medina, atropelada e morta na saída de uma festa em uma chácara de Cedral, em 2023, ingressaram com ação de danos morais pedindo indenização de quase R$ 1 milhão ao motorista que causou o acidente e ao pai dele, que era dono do veículo. O valor pedido corresponde a 700 salários mínimos.

A ação é movida pelo escritório IFBS Advogados Associados. No processo, o advogado Lucas Furlan Michelon Popoli destaca a repercussão do acidente e a comoção social pela morte prematura da jovem, que tinha apenas 20 anos. Além de incluir provas do processo criminal, em que o rapaz responde por homicídio duplamente qualificado.

Segundo denúncia do Ministério Público, o estudante de psicologia passou a madrugada ingerindo bebida alcoólica em uma festa open bar. Ao fim do evento pré-carnaval, assumiu a direção de um Astra, acompanhado de três amigos. Na condição de testemunhas, eles afirmaram que o rapaz passou a dirigir de forma extremamente perigosa, ignorando o pedido dos passageiros para que reduzisse a velocidade.

Ele atingiu Estefany, que estava sentada na beira da estrada. Ela teve o corpo arrastado, sofreu politraumatismo e morreu. Um amigo dela tentou desviar do carro e sofreu ferimentos nos joelhos.

Ainda segundo o processo, o rapaz desceu do carro e, ao perceber a gravidade do acidente, fugiu do local, apesar do apelo de amigos para que permanecesse e prestasse socorro às vítimas. Um deles apresentou na polícia capturas de tela de conversa no WhatsApp em que pede para o rapaz retornar, mas ele responde que tem uma carreira para seguir.

Ele foi preso em casa horas depois, enquanto dormia. O advogado de defesa, Juan Siqueira, conseguiu relaxar a prisão preventiva do rapaz, que responde ao processo em liberdade e já foi pronunciado para ir a júri popular.

Sofrimento

Segundo o advogado da família da vítima, passado um ano do acidente, os pais de Estefany, principalmente a mãe, ainda enfrentam intenso sofrimento. "Perda de emprego e uma vida à base de remédios tranquilizantes são apenas alguns dos embaraços que surgiram após o falecimento de sua filha. Os autores perderam a conta de quantas vezes foram interpelados para falar sobre o assunto, situação que faz emergir ainda mais o sentimento de raiva que os consomem", escreveu.

O juiz Alexandre Zanetti Stauber, da 9ª Vara Cível, já aceitou o processo e determinou a citação dos envolvidos, o que aconteceu nesta quarta-feira, 6.

Em nota, o advogado Juan Siqueira informou que representará pai e filho na ação cível. "Lá será possível sopesar o grau de culpa de ambos os envolvidos, tanto do autor quanto da vítima, no acidente", escreveu.