Pais de jovem atropelada em Cedral pedem quase R$ 1 milhão de indenização a motorista
Na esfera criminal, estudante de psicologia já foi pronunciado para ir a júri popular

Os pais da jovem Estefany Ferreira Medina, atropelada e morta na saída de uma festa em uma chácara de Cedral, em 2023, ingressaram com ação de danos morais pedindo indenização de quase R$ 1 milhão ao motorista que causou o acidente e ao pai dele, que era dono do veículo. O valor pedido corresponde a 700 salários mínimos.
A ação é movida pelo escritório IFBS Advogados Associados. No processo, o advogado Lucas Furlan Michelon Popoli destaca a repercussão do acidente e a comoção social pela morte prematura da jovem, que tinha apenas 20 anos. Além de incluir provas do processo criminal, em que o rapaz responde por homicídio duplamente qualificado.
Segundo denúncia do Ministério Público, o estudante de psicologia passou a madrugada ingerindo bebida alcoólica em uma festa open bar. Ao fim do evento pré-carnaval, assumiu a direção de um Astra, acompanhado de três amigos. Na condição de testemunhas, eles afirmaram que o rapaz passou a dirigir de forma extremamente perigosa, ignorando o pedido dos passageiros para que reduzisse a velocidade.
Ele atingiu Estefany, que estava sentada na beira da estrada. Ela teve o corpo arrastado, sofreu politraumatismo e morreu. Um amigo dela tentou desviar do carro e sofreu ferimentos nos joelhos.
Ainda segundo o processo, o rapaz desceu do carro e, ao perceber a gravidade do acidente, fugiu do local, apesar do apelo de amigos para que permanecesse e prestasse socorro às vítimas. Um deles apresentou na polícia capturas de tela de conversa no WhatsApp em que pede para o rapaz retornar, mas ele responde que tem uma carreira para seguir.
Ele foi preso em casa horas depois, enquanto dormia. O advogado de defesa, Juan Siqueira, conseguiu relaxar a prisão preventiva do rapaz, que responde ao processo em liberdade e já foi pronunciado para ir a júri popular.
Sofrimento
Segundo o advogado da família da vítima, passado um ano do acidente, os pais de Estefany, principalmente a mãe, ainda enfrentam intenso sofrimento. "Perda de emprego e uma vida à base de remédios tranquilizantes são apenas alguns dos embaraços que surgiram após o falecimento de sua filha. Os autores perderam a conta de quantas vezes foram interpelados para falar sobre o assunto, situação que faz emergir ainda mais o sentimento de raiva que os consomem", escreveu.
O juiz Alexandre Zanetti Stauber, da 9ª Vara Cível, já aceitou o processo e determinou a citação dos envolvidos, o que aconteceu nesta quarta-feira, 6.
Em nota, o advogado Juan Siqueira informou que representará pai e filho na ação cível. "Lá será possível sopesar o grau de culpa de ambos os envolvidos, tanto do autor quanto da vítima, no acidente", escreveu.