Diário da Região
LISTA

Quando voltar a funcionar, Trem Caipira levará quase 4 anos para zerar a fila de espera

Com 2.653 pessoas na fila para viajar, Trem Caipira deve receber um novo envelopamento, ao custo previsto de R$ 22 mil, antes de retomar as viagens, suspensas desde o início da pandemia

por Núcleo Digital
Publicado em 01/11/2021 às 10:16Atualizado em 01/11/2021 às 18:06
Trem Caipira está parado desde o início da pandemia, em março de 2020 (Divulgação/Prefeitura de Rio Preto)
Trem Caipira está parado desde o início da pandemia, em março de 2020 (Divulgação/Prefeitura de Rio Preto)
Ouvir matéria

Quem desejar fazer uma viagem com o Trem Caipira, atração turística de Rio Preto, terá de ser paciente. Isso porque, considerando a quantidade de pessoas que estão na fila para viajar e a capacidade do trem por viagem, a espera pode chegar a 44 meses. Ou seja, a Prefeitura levaria três anos e oito meses para zerar a fila, isso se não entrasse mais ninguém na lista.

Segundo a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, responsável pela gestão do Trem Caipira, são 2.653 pessoas hoje cadastradas na fila de espera para embarcar na atração turística. Para participar de uma das viagens do Trem Caipira, de Rio Preto ao distrito de Engenheiro Schmitt, é necessário enviar um pedido por e-mail, no endereço reservastremcaipira@riopreto.sp.gov.br, com informações como nome completo, RG, idade e número de celular e aguardar ser chamado, já que, por regra, a seleção dos passageiros acontece por ordem de inscrição.

As viagens do Trem Caipira estão suspensas desde o início da pandemia do coronavírus, em março de 2020, e sem previsão de retorno. Enquanto as atividades estavam normais, o Trem Caipira tinha permissão para fazer uma viagem mensal, sempre no último domingo do mês. Padrão que deve ser mantido quando a atração voltar a funcionar. Por viagem, o veículo tem capacidade de transportar 60 pessoas, distribuídas nas 28 vagas do veículo reboque e 32 do veículo motriz.

Se estivesse em funcionamento, seguindo a relação entre o número de pessoas na fila, as vagas no trem e a quantidade de viagens mensais, uma pessoa que se cadastrar hoje só vai poder viajar no veículo em agosto de 2025. O que pode ser conflituoso, já que não tem como a pessoa se programar ou saber sua disponibilidade no dia marcado para a viagem.

Questionada sobre viabilizar a questão do ingresso e a possibilidade de aumentar a quantidade de viagens mensais da atração, a Prefeitura respondeu que "a autorização é para uma viagem por mês, último domingo de cada mês, mas em constante negociação para um aumento no número de viagens", diz em nota. Para viabilizar uma frequência maior de viagens, o município precisa da autorização da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e da Rumo, que administra a ferrovia — e precisa parar os trens de carga para o Trem Caipira poder rodar em segurança.

Enquanto isso não acontece, entre 2018 e 2020 a Prefeitura diz que disponibilizou um ônibus para o transporte de passageiros, de modo que as pessoas que faziam a viagem de ida, retornavam de ônibus e vice-versa. "Essa decisão foi tomada para dar oportunidade aos inscritos em fazer a viagem, pois temos (mais de) 2.000 pessoas inscritas e essa foi uma forma de atender essa demanda", informou em nota.

Números do Trem Caipira

  • 2.653 pessoas na fila para viajar
  • 60 pessoas por viagem
  • 1 viagem por mês
  • 44 meses para zerar a fila

Projeto do novo envelopamento do Trem Caipira se inspira em antigos trens de passageiros (Reprodução)
Projeto do novo envelopamento do Trem Caipira se inspira em antigos trens de passageiros (Reprodução)

Novo visual

A Prefeitura de Rio Preto prorrogou para o dia 11 de novembro o prazo para recebimentos das propostas para o novo envelopamento do Trem Caipira, que vai abandonar o visual colorido, ilustrado com obras do artista primitivista José Antônio da Silva, para adotar um estilo mais "clássico", inspirado em antigos trens de passageiros de fabricação europeia.

A estimativa de gastos é de até R$ 22.253,00, valor que deve incluir o serviço de remoção da atual adesivagem, o material e a apliação do novo envelopamento.

(Colaborou Júlia de Britto)