Policiais ambientais são investigados por morte de pescador em Palestina
Testemunha afirmou que pescador não pulou na água para fugir da fiscalização - ele teria sido jogado na correnteza

A Polícia Civil de Palestina instaurou inquérito de homicídio contra policiais militares ambientais após uma testemunha afirmar que o operador de colheitadeira Manoel Martines Mendes, de 30 anos, não pulou na Cachoeira do Talhadão para fugir da fiscalização - ele teria sido jogado na correnteza. O caso aconteceu no dia 22 de outubro, mas o corpo só foi encontrado dois dias depois, após intenso trabalho de buscas pelo Corpo de Bombeiros.
Responsável pelas investigações, o delegado Luciano Birolli confirmou ao Diário que uma testemunha compareceu à delegacia para afirmar que presenciou a abordagem a Manoel.
“Trata-se de uma testemunha idônea, por isso já instauramos inquérito para investigar o crime de homicídio. No entanto, por se tratar de uma cidade pequena, e em razão da comoção social, decretei sigilo no procedimento”, afirmou.
Birolli afirmou ainda que já tem os nomes dos policiais militares envolvidos na abordagem, mas que eles serão os últimos a serem ouvidos.
‘Estou arrasado’
Ao Diário, o pai de Manoel, Antônio Mendes, afirmou que foi surpreendido pelo telefonema da testemunha, que afirmou que estava há três dias sem dormir e precisava contar o que tinha visto.
“Desde o dia do acidente, meu coração já dizia que tinha algo errado. Meu filho era bom nadador, ele conhecia a região. Jamais iria se arriscar na correnteza”, afirmou.
Segundo Antônio, Manoel tinha dois empregos, na colheita de cana e de seringueira, e pescava apenas como hobby.
“Meu filho trabalhava doze horas por dia, era um menino muito querido na cidade. Eu ‘tô’ arrasado. O que aconteceu com ele, não desejo pra ninguém”, desabafa.
A reportagem solicitou o posicionamento da Polícia Militar sobre a denúncia e aguarda retorno.
O conteúdo será atualizado em breve.