Óculos de sol como proteção
O acessório ajuda a proteger os olhos da radiação ultravioleta e evita problemas oculares


Os óculos de sol não são usados apenas da dar um charme no visual. Eles têm uma função importante para a saúde dos olhos. “Os óculos de sol são essenciais para proteger a visão seja nos dias ensolarados ou nublados. Os óculos de sol reduzem significativamente o contato direto dos olhos com os raios UV-A e UV-B, conferindo maior conforto visual e evitando o desenvolvimento de doenças oculares”, explica Ronald Broner, oftalmologista do HO Redentora.
Segundo o médico, a exposição aos raios ultravioletas podem contribuir não só para doenças de pele como queimaduras ou câncer, mas também com doenças graves nos olhos. “A curto prazo, é possível ter queimaduras na córnea. A longo prazo, é possível desenvolver problemas como a catarata precoce, pterígio, degeneração macular”, diz.
Broner explica que existem dois tipos de raios UV. O UV-A, pode provocar alterações na visão central, como a degeneração da mácula. Já os raios UV-B são capazes de danificar a córnea e o cristalino (região dos olhos que absorve esse tipo de radiação).
A OMS (Organização Mundial da Saúde) preconiza o uso de óculos com lentes que filtrem 100% da radiação UV (ultravioleta) emitida pelo sol sempre que ultrapassar 6. O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto, presidente do Instituto Penido Burnier, afirma que duas alterações decorrentes da radiação ultravioleta podem ser notadas imediatamente. Uma é o escurecimento e degeneração da pele das pálpebras, que eleva o risco de contrair câncer de pele na região. A outra, ressalta, é a fotoceratite, uma inflamação da córnea por queimadura de primeiro grau que geralmente ocorre após 6 horas ininterruptas de exposição ao sol sem proteção. “Os sintomas são olhos vermelhos e ressecados. O problema é que a fotoceratite não é levada a sério por muitas pessoas porque depois de 48 horas de afastamento do sol os sintomas desaparecem. Isso não significa ausência de risco. A inflamação provoca o desprendimento de células do epitélio (camada externa da córnea) e a córnea fica mais vulnerável à inflamações” explica.
Efeitos cumulativos da radiação solar
O oftalmologista Leôncio Queiroz Neto afirma que as doenças mais graves resultam do efeito cumulativo do sol. A radiação UV aumenta em 60% a chance de desenvolver catarata, opacificação do cristalino, que responde por 49% dos casos de perda da visão no País, e cresce 20% ao ano. “O único tratamento é a cirurgia que substitui o cristalino opaco pelo implante de uma lente intraocular. Outra doença grave que pode ser causada pelo sol é a degeneração macular, que provoca a morte das células da mácula, parte central da retina responsável pela visão de detalhes. Quando é descoberta em estágio inicial pode ser tratada com injeções antiangiogênicas, mas muitos casos levam à perda irreparável da visão. Uma terceira doença decorrente da radiação UV é o pterígio caracterizado pelo espessamento da conjuntiva, membrana que cobre a parte branca do globo ocular e a superfície interna das pálpebras. Quando pequeno é tratado com pomadas anti-inflamatórias, mas se cresce e atrapalha a visão pode ser extraído por cirurgia”, alerta o especialista.
Óculos de sol crianças
O oftalmologista Ronald Broner ressalta que é necessário ter muita cautela quanto ao uso de óculos de sol pelas crianças. Isso porque ainda não há um consenso entre os especialistas quanto a idade certa para começar a usá-los. “Como a criança não nasce com a visão desenvolvida, alguns especialistas defendem que o uso dos óculos escuros antes dos 3 anos de idade pode causar alterações neste desenvolvimento, principalmente com relação às cores (diferenciação de tons) e à luminosidade”, alerta.
Ainda segundo o médico, por outro lado, há especialistas que recomendam a utilização dos óculos de sol em bebês a partir dos 6 meses. “Então, o mais indicado é que você leve seu filho ao oftalmologista, especialista em oftalmopediatria, para que possa saber sobre o uso de óculos escuros nesse caso”, recomenda.
Danos da radiação
Catarata: A catarata é a opacificação do cristalino, parte dos olhos que é responsável por focar os raios de luz. Quando o cristalino se torna mais opaco, a luz não consegue penetrar nos olhos, tornando a visão alterada. Essa doença também costuma ocorrer em pessoas mais idosas, mas pode ser acelerada pela exposição excessiva aos raios solares.
Pterígio: conhecida como carne crescida, é uma espécie de membrana fibrosa, que cresce na parte branca dos olhos e caminha em direção à córnea. Sua evolução pode provocar problemas, pois essa membrana pode bloquear total ou parcialmente a porção central da visão.
Degeneração Macular: a mácula é a região do olho que auxilia na visão com detalhes e, ao ser afetada, reduz e muito a acuidade visual. O problema é associado ao envelhecimento, mas pode ser acelerado por alguns fatores de risco, como a exposição solar. Os danos à mácula não têm cura, mas podem ser controlados.
Queimaduras de córnea: Assim como na pele, os raios solares podem causar queimaduras na córnea. Isso pode ocorrer após longas horas de exposição em locais como praias, por exemplo. Essas queimaduras podem ser intensamente dolorosas e provocar perda temporária de visão. No entanto, podem e devem ser tratadas logo.
Fonte - Ronald Broner, oftalmologista do HO Redentora
Como escolher os óculos de sol
Verifique se há um selo de proteção contra raios UV-A e UV-B. Por isso, fique atento ao local onde você compra os óculos. Os produtos devem procedência confiável de fabricação, com a certificação garantida. Isso é importante porque os óculos escuros diminuem a luminosidade que entra no olho, dilatando a pupila (a “bolinha” preta dos olhos). Portanto, se os óculos não garantirem proteção contra os raios UV, com a pupila dilatada, esses raios penetram mais facilmente no fundo dos olhos, aumentando a chance de doenças oculares.
Verifique a “forma” dos óculos. Isso vai além da estética! A forma dos óculos deve envolver completamente os olhos, não deixando a luz entrar por outros espaços.
O ideal é evitar os modelos que se afastam demais e que tenham lentes muito pequenas, pois não deve existir um grande espaço entre a face e a armação, já que também entra radiação ultravioleta pelos lados.
Lembre-se que a cor de lente deve ser adequada para as suas necessidades diárias. As melhores marcas geralmente proporcionam 100% de proteção ultravioleta, independentemente da cor da lente. Tons de marrom são indicados para dirigir, porque reduzem o brilho, o que é bom para quem tem miopia e hipermetropia. Já os tons de verde são bons para pessoas com mais de 60 anos, porque aumentam o contraste e os tons acinzentados reduzem o brilho sem distorcer as cores, por isso, são ideais para quem tem astigmatismo, por exemplo. Nesses casos, sempre tire as dúvidas com o oftalmologista de sua confiança.
Fonte - Ronald Broner, oftalmologista do HO Redentora