Vitamina animal
Suplementação pode ser uma importante aliada na manutenção da saúde dos cachorros e gatos
O cachorrinho Bruno foi resgatado e adotado há cerca de três meses depois de sofrer maus-tratos. Quando chegou na casa da nova dona, a biomédica Thais Rosseto, ele, que tem cerca de dois anos, estava com alguns problemas de saúde, que incluía a pele escura e com poucos pelos. Ao levá-lo ao veterinário, a dona descobriu que ele tinha uma doença genética, que piorava em situações de estresse e falta de cuidados, e precisava de tratamento, com medicação e suplementos. Depois de mais de 60 dias de terapia, alimentação correta e muito carinho, a pele do cãozinho já melhorou muito. Até a aparência dele é outra.
O tratamento do dog Bruno com suplementos prova que, além dos humanos, os animais também precisam do fornecimento de vitaminas na rotina diária. A loja Petz, por exemplo, vende inúmeros suplementos. A empresa, no entanto, recomenda que o dono do animal, que desconfia que ele tenha alguma deficiência nutricional, consulte um veterinário para avaliar a necessidade ou não da suplementação.
Um amigo de quatros patas com problemas nas articulações, por exemplo, deve consumir vitamina com colágeno ou protetores de cartilagem a fim de fortalecer os ossos. Já que o animal que tem desequilíbrio na flora intestinal pode ser medicado com um suplemento para cachorro à base de prebióticos e probióticos.
O veterinário Marcello Machado explica que os probióticos são suplementos alimentares feitos à base de microrganismos vivos. Uma vez em contato com o organismo do seu cão, o probiótico gera benefícios por meio da melhoria da microbiota intestinal, reforçando o desenvolvimento de bactérias boas. Já os prebióticos são fibras alimentares que seletivamente estimulam o crescimento ou a atividade de uma ou mais espécies de bactérias benéficas no intestino, melhorando a saúde intestinal do seu amigo. Também melhoram o trânsito intestinal e regulam parâmetros como triglicérides e glicemia no sangue.
O veterinário Dr. Bacila, da empresa Organnact, afirma que os animais, assim como os humanos, possuem necessidades de suplementação. “Por exemplo, um animal que dorme para fora de casa durante o inverno, por mais que use roupas, tenha uma casinha com coberta e esses cuidados básicos, sofre o risco de ver sua imunidade baixar drasticamente. Neste momento, entrar com uma suplementação alimentar é fundamental”, explica.
Portanto, durante o inverno esse cuidado precisa ser redobrado, afinal, os pets acabam ficando mais suscetíveis a infecções. Entre as doenças mais comuns no período de frio, está a cinomose. O vírus, que é letal se não identificado logo no início, pode ser confundido com um simples resfriado, no entanto, durante a evolução da doença, apresenta sinais que vão desde problemas respiratórios até neurológicos.
“Essa é uma doença que acomete muito os filhotes de cães e que é mais comum encontrarmos do inverno pois o vírus se conserva no frio. Um animal que é vacinado e suplementado dificilmente vai contrair esse tipo de vírus e, mesmo que contraia, terá uma recuperação muito mais rápida”, explica Dr. Bacila.
Diversos são os suplementos que podem auxiliar nesse processo, mas o ideal é procurar aqueles que já são mais completos, assim, não se corre o risco de priorizar um ingrediente ou outro. “Hoje existem muitos produtos no mercado, no entanto, é importante atestar a qualidade daquilo que vai oferecer. O mais adequado é consultar sempre com um veterinário ou, pelo menos, contar com o atendimento dos profissionais de pet shop, clínicas, agropecuárias e aviários, que recebem treinamentos na hora de indicar o melhor suplemento para cães ou gatos”, alerta Dr. Bacila.
Estudos científicos têm associando o uso da betaglucana ao auxílio na resistência contra doenças frequentes em animais idosos, inclusive tumores. Além disso, esse nutriente, quando ingerido, pode agir sobre a imunidade, melhorando funções no organismo e aumentando a produção de anticorpos. “As betaglucanas são polissacarídeos encontrados na parede celular de leveduras, fungos, bactérias e grãos. De uma forma mais simplificada, a maneira pela qual atuam no organismo do animal aumenta a produção de células de defesa, atuando de forma benéfica contra agentes infecciosos”, complementa o veterinário.