Janeiro Verde
Mês de conscientização sobre a prevenção do câncer de colo de útero

No mês de janeiro é realizada uma campanha para conscientização sobre a prevenção e diagnóstico precoce do câncer de colo de útero. Essa doença de desenvolvimento lento, pode não apresentar sintomas em fase inicial. Segundo a ginecologista Clícia Quadros, nos casos mais avançados, pode evoluir para sangramento vaginal intermitente (que vai e volta) ou após a relação sexual, secreção vaginal anormal e dor abdominal associada a queixas urinárias ou intestinais.
A médica explica que a transmissão do Papilomavírus Humano (HPV) ocorre por via sexual, geralmente por meio de abrasões (desgaste por atrito ou fricção) microscópicas na mucosa ou na pele da região vulva, e perianal. “Então, a prevenção primária do câncer do colo do útero está relacionada à redução do risco de infecção. Dessa forma, o uso de preservativos (camisinha masculina ou feminina) durante a relação sexual com penetração protege parcialmente do contágio pelo HPV”, diz Clícia.
Além disso, a ginecologista afirma que a vacinação e a realização do exame preventivo (Papanicolau) são ações complementares de prevenção desse tipo de câncer. “Mesmo as mulheres vacinadas, deverão fazer o exame preventivo periodicamente, a partir dos 25 anos de idade. Isso porque a vacina não protege contra todos os tipos do HPV. Para mulheres com imunossupressão (diminuição de resposta imunológica), vivendo com HIV/Aids, transplantadas e portadoras de cânceres, a vacina é indicada até 45 anos de idade.”
Vacina anti-HPV
O Ministério da Saúde implementou no calendário vacinal, em 2014, a vacina tetravalente contra o HPV para meninas de 9 a 13 anos. A partir de 2017, o Ministério estendeu a vacina para meninas de 9 a 14 anos e meninos de 11 a 14 anos. “Essa vacina protege contra os tipos 6, 11, 16 e 18 do HPV. Os dois primeiros causam verrugas genitais e os dois últimos são responsáveis por cerca de 70% dos casos de câncer do colo do útero. O principal ganho da campanha de vacinação contra o HPV será percebido em longo prazo. Com essa geração de meninas e meninos protegidos, o risco de lesões precursoras do câncer do colo do útero será muito reduzido. Mesmo assim, o exame de Papanicolau continua essencial para o diagnóstico”, ressalta Clícia Quadros.
Tratamento
O tipo de tratamento para o câncer de colo de útero dependerá do estágio de evolução da doença, do tamanho do tumor e de fatores pessoais, como idade da paciente e desejo de ter filhos. O tratamento é sempre avaliado e orientado de acordo com o histórico da paciente. “Entre os tratamentos para o câncer do colo do útero estão a cirurgia, a quimioterapia e a radioterapia. Quando diagnosticado no início, ou seja, em fase não invasiva, o câncer de colo do útero tem altas chances de cura (entre 80 e 90%). Há chance em estágios posteriores, mas ela diminui conforme o quadro estiver mais avançado”, finaliza Clícia.