Asma: cuidados e controle
Doença crônica precisa ser tratada, pois pode interferir nas atividades diárias

A asma é causada por uma inflamação das pequenas vias aéreas dos pulmões, os chamados bronquíolos. A doença afeta cerca de 20 milhões de brasileiros, segundo a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT). O Dia Mundial de Combate à Asma é celebrado, anualmente, na primeira terça-feira do mês de maio. A data é organizada pela GINA (Global Initiative for Asthma - Iniciativa Global para a Asma), da Organização Mundial de Saúde (OMS), e tem como objetivo conscientizar a população sobre essa doença crônica que precisa ser tratada.
Mais de 262 milhões de pessoas em todo o mundo sofrem de asma e mais de 461 mil morreram em decorrência dela, segundo a Organização Mundial da Saúde. A asma não tem cura e para algumas pessoas, ela é apenas um pequeno incômodo. Para outras, ela pode interferir nas atividades diárias e levar a crises da doença que representam risco de vida. Um bom acompanhamento no dia a dia é fundamental para controlar os sintomas da asma e evitar crises, diz o pneumologista John Costello.
Considerada uma das doenças crônicas que mais afetam crianças e adultos, a asma é uma doença que atinge cerca de 300 milhões de pessoas, conforme dados do Hospital Naval Marcílio Dias. No Brasil, estima-se que mais de 20 milhões de brasileiros, entre crianças e adultos, tenham asma, entre os quais 5% apresentam a forma mais grave da doença, e cerca de duas mil pessoas por ano morrem por conta da enfermidade, segundo a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (ASBAI).
Segundo o pneumologista Thiago Fuscaldi, a asma provoca sintomas como falta de ar, tosse seca, chiado e aperto no peito e pode ser gerada ou agravada por fatores genéticos, como histórico familiar da doença, rinite ou obesidade; ou ambientais, como poeira, barata, ácaros e fungos, mudanças no clima e infecções por vírus, sobretudo o vírus sincicial respiratório e o rinovírus, que são os principais causadores de pneumonias e resfriados.
“De modo geral, essa complicação pode se apresentar em forma de crises que surgem e desaparecem, provocadas por viroses respiratórias, agentes alergênicos e mudanças no clima, entre outros gatilhos. Em outros casos, os sintomas podem ser persistentes, variando em frequência e intensidade, de uma a duas vezes por mês, até sintomas diários e durante a noite, associados à perda da função pulmonar”, explica o pneumologista. De acordo com a gravidade, a patologia pode ser classificada como: intermitente, persistente leve, persistente moderada ou persistente grave.
Crianças
Crianças com asma podem não ser capazes de explicar os sintomas que estão sentindo. Os pais muitas vezes notam que a criança tem infecções respiratórias com mais frequência do que seus irmãos ou ouvem chiado no peito com frequência. A família também pode ter histórico de tosse, chiado no peito, falta de ar, asma ou alergias, todos fatores que apontam para o diagnóstico da asma.
Os sintomas da asma geralmente melhoram no início da adolescência. Mas o motivo da melhora, seja ou não hormonal, não está claro, segundo John Costello. No entanto, após o diagnóstico, há sempre a tendência de que a pessoa precise retomar o tratamento mais tarde na vida, nas circunstâncias certas.
Tratamento
Existem vários tratamentos e medicamentos testados e com ótima eficiência contra o quadro. Esses fármacos revolucionaram a terapêutica, ao ponto de a letalidade dessa doença ter diminuído muito nos últimos anos. “Xaropes e remédios caseiros não têm eficácia comprovada e podem atrasar o início do tratamento e acompanhamento adequado”, alerta o pneumologista Thiago Fuscaldi.
A maior parte das pessoas que têm a doença é tratada com dois tipos de medicação: uma chamada controladora ou de manutenção, que tem o objetivo de evitar o surgimento dos sintomas e prevenir as crises, e outra para aliviar os sintomas quando acontece a piora. “Dessa forma, quando o paciente é avaliado pelo médico e bem orientado, há diminuição do risco de desenvolver crises e da perda futura de capacidade respiratória”, explica o médico.
Os fármacos mais utilizados são os broncodilatadores e os corticoides inalatórios (anti-inflamatórios). Estes são administrados em associação ou isolados, por meio de dispositivos inalatórios (as ‘bombinhas’). “Esses dispositivos permitem que a medicação atue diretamente nas vias aéreas inferiores, no interior do pulmão, com mínima absorção pelo organismo em geral e baixo risco de efeitos colaterais.”
Fuscaldi explica ainda que, em alguns casos, também são utilizadas medicações que bloqueiam os receptores das células relacionados com os processos alérgicos (receptores de leucotrieno) e, nos casos mais graves, são prescritos imunomoduladores (anticorpos monoclonais), remédios que bloqueiam as vias relacionadas com o estímulo das células responsáveis pelos processos alérgicos e inflamatórios. “Quem vai orientar sobre a melhor conduta é o médico pneumologista”, ressalta o médico.
Asma ou bronquite
A bronquite é uma inflamação dos brônquios geralmente relacionada com algum processo infeccioso viral ou bacteriano. Essa inflamação também pode estar presente na asma. Porém, nesse caso, a inflamação é crônica e os sintomas, com frequência, são persistentes e reincidentes, independentemente da presença de um fator infeccioso envolvido. “Os sinais dessas doenças são muito parecidos e, via de regra, é necessário acompanhamento e avaliação de um médico especialista para a definição do diagnóstico”, explica Fuscaldi.
Principais sintomas
- Falta de ar ou dificuldade para respirar
- Sensação de aperto no peito ou peito pesado
- Chio ou chiado no peito
- Tosse
Fonte: Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia