Perspectivas para 2026

O ano de 2026 se apresenta para Rio Preto como um período de expectativas altas e cobranças ainda maiores, a exemplo dos desafios no cenário nacional e internacional. A cidade entra nesse novo ciclo observando atentamente os desdobramentos do segundo ano de mandato do prefeito Coronel Fábio Candido, quando promessas feitas na campanha devem deixar o campo do discurso, ou do esquecimento, e passar a ser medidas concretas, ou não, diante da população.

Na política municipal, 2026 será decisivo para avaliar a viabilidade de propostas emblemáticas, como a tarifa zero universal no transporte coletivo. O tema mobiliza debates sobre financiamento, eficiência do sistema e impacto social, especialmente para trabalhadores e estudantes. Ao mesmo tempo, a regularização da limpeza pública continua sendo um termômetro da capacidade de gestão, já que se trata de um serviço básico, visível e diretamente associado à qualidade de vida urbana.

Outra questão estratégica é o abastecimento de água. Após o descarte do projeto de captação no rio Grande, cresce a expectativa sobre qual alternativa será apresentada e se ela terá sustentabilidade técnica, ambiental e financeira. Soma-se a isso o impasse do Centro Pop e a política para a população em situação de rua, um problema que permanece sem avanços significativos e que exige articulação entre assistência social, saúde e segurança pública.

A saúde, aliás, tende a ser um dos pontos mais sensíveis de 2026. O recorde de casos de dengue no primeiro ano do mandato deixou marcas e aumentou a pressão para que o município apresente estratégias mais eficazes de prevenção e resposta. Nesse contexto, o próprio sistema Smart Rio Preto – que chega com a promessa de revolucionar a segurança como um todo – também aparece como expectativa de modernização da gestão, mas precisará provar, na prática, que será implantado de forma integral e funcional.

No plano nacional, 2026 será marcado pela sucessão presidencial, com reflexos diretos em cidades como Rio Preto. Os rumos do governo Lula, a reorganização da direita após a prisão e inelegibilidade de Jair Bolsonaro e a manutenção da polarização política devem influenciar o debate local, o clima eleitoral e até decisões administrativas. A reaproximação e a regularização das relações do Brasil com os Estados Unidos também entram no radar, sobretudo pelos impactos econômicos e comerciais.

O cenário internacional adiciona um componente de incerteza. As expectativas sobre possíveis desfechos dos conflitos entre Rússia e Ucrânia e entre Israel e Gaza afetam a economia global, os preços de alimentos e combustíveis e, indiretamente, o cotidiano dos rio-pretenses, mesmo que esses conflitos pareçam distantes geograficamente.

Na cultura, o grande destaque de 2026 em Rio Preto é o show dos Guns N’ Roses em abril, um evento privado de grande porte que projeta a cidade nacionalmente. Ainda assim, permanece a discussão sobre o espaço e o apoio à cultura local, aos artistas da cidade e às políticas públicas culturais, para que o calendário não se restrinja a eventos pontuais e comerciais.

No futebol, o orgulho regional ganha força com o Mirassol. A presença no Paulistão, o segundo ano seguido no Brasileirão, a disputa da Copa do Brasil e, de forma inédita, a participação na Libertadores colocam a cidade e a região em evidência no cenário esportivo sul-americano.

Em meio a tantos desafios e expectativas, 2026 se desenha como um ano de provas concretas, em que Rio Preto será chamada a transformar promessas em resultados e potencial em realidade.