Volta do Oba para Votuporanga atiça rinha política em Rio Preto
Ex-prefeito Edinho Araújo (MDB) cutuca gestão atual nas redes sociais com a perda do evento, responsável por uma movimentação financeira de R$ 215,9 milhões em 2025

O anúncio oficial nesta quinta-feira, 11, de que o Festival OBA deixará Rio Preto e retornará para Votuporanga a partir da próxima edição – em 2026 – voltou a atiçar a rinha política local.
“Hoje mais uma notícia negativa para a nossa cidade. Recebi com tristeza a informação de que São José do Rio Preto perdeu o Carnaval OBA, que voltará a ser realizado na cidade de Votuporanga. O atual governo perdeu uma parceria importante para o município”, postou o ex-prefeito Edinho Araújo em suas redes sociais”, numa clara ofensiva que visa desgastar a gestão do Coronel Fábio Candido (PL).
E Edinho continua: “Durante nossa gestão, sempre priorizamos o diálogo e o profundo respeito aos empreendedores que movimentam a economia da cidade, gerando empregos, renda e arrecadação de impostos fundamentais para a Prefeitura (…). Torço para que os atuais administradores públicos façam esforços para evitar novos fatos como este, pois isso traz enormes prejuízos econômicos à cidade de Rio Preto”.
Iniciado em Votuporanga duas décadas atrás, o OBA migrou para Rio Preto na edição de 2023, após os organizadores do festival se desentenderem com a gestão Jorge Seba (PSD) que, ainda em meio à Pandemia, não autorizou a realização do evento em 2022.
Em 2025, o OBA foi responsável por uma movimentação financeira em Rio Preto de R$ 215,9 milhões, sendo R$ 77 milhões somente referentes ao festival propriamente dito.
Questionado, o governo do Coronel Fábio Candido não dá detalhes sobre a perda do evento no calendário oficial da cidade. Limitou-se a dizer, por meio de nota da Comunicação, que “o OBA comunicou à Prefeitura de São José do Rio Preto seu retorno à cidade de origem por motivos empresariais”. E completou: “Estaremos sempre com as portas abertas para futuras parcerias na área de entretenimento”.
Nos bastidores, a dificuldade de “negociar” com a secretária municipal de Agricultura de Rio Preto, Carina Ayres, cuja pasta responde pelo Recinto de Exposições, área que abrigava o OBA na cidade, é apontada como uma das razões que levaram os organizadores a voltarem a negociar seu retorno com a Prefeitura de Votuporanga.
A organização do festival, no entanto, não entra nesta questão. Limita-se às informações oficiais, pelas quais fica evidenciado que uma “força-tarefa” formada pela gestão de Jorge Seba, pelo deputado estadual Carlão Pignatari (PSDB) e setores da iniciativa privada na cidade, como a Unifev, atuou de forma intensa para recuperar o festival.
Além de movimentar a economia, o OBA também é visto como uma vitrine política generosa. Foi assim com os integrantes da gestão Edinho Araújo, cujos integrantes ocupavam o espaço com empolgação, tal como com o atual governo, do Coronel Fábio Candido, que estreou com desenvoltura pelos camorotes do evento.