Vereador quer proibir 'arquitetura hostil' em espaços públicos de Rio Preto
Segundo o projeto, arquitetura hostil é qualquer construção, intervenção e modificação para afastar pessoas em situação de rua de espaços públicos

A Câmara de Rio Preto vai analisar um projeto de lei para proibir o emprego de técnicas de "arquitetura hostil" em espaços livres e de uso público na cidade. A proposta foi apresentada pelo vereador João Paulo Rillo (Psol) nesta sexta-feira, 3, e ainda precisa passar pelas comissões da Casa para, depois, ser votada em plenário quanto à legalidade a ao mérito. O projeto será lido na sessão da próxima terça-feira, 7.
Segundo a proposta, é considerada "arquitetura hostil" qualquer construção, intervenção e modificação de espaços e equipamentos públicos com o objetivo de "afastar pessoas em situação de rua e outros segmentos da população." Entre os exemplos desse tipo de intervenção estão hastes de ferro no meio de bancos, para evitar que as pessoas se deitem, grades e estruturas pontiagudas para impedir a permanência de moradores de rua em determinados espaços.
Se aprovada pelos vereadores e sancionada pelo prefeito Edinho Araújo (MDB), a lei exigirá que o Poder Executivo providencie a adequação dos espaços no prazo de 30 dias.
Rillo diz que esse tipo de intervenção em espaços públicos representa uma forma de "exclusão e desigualdade características do neoliberalismo, em que as cidades são organizadas pela perspectiva da exclusão da pobreza e da miséria."
Segundo o parlamentar, esse a situação promove "grave violação de direitos humanos". "A aprovação de um projeto de lei desta natureza representará um avanço para o município e consolidará um compromisso desta Casa com a redução das desigualdades do desenvolvimento urbano", consta na justificativa do projeto.

Exemplos se espalham pela cidade
Reportagem publicada em julho de 2021 pelo Diário mostra que os exemplos de arquitetura hostil se espalham pela cidade em espaços públicos e privados. No Calçadão de Rio Preto, bancos receberam uma estrutura metálica no meio, enquanto fachadas de estabelecimentos comerciais receberam grades para evitar a permanência de pessoas em situação de rua sob as marquises.