Cannabis medicinal é uma rara unanimidade entre candidatos de Rio Preto e região

Candidatos a deputado federal de Rio Preto e região ouvidos pelo Diário apoiam pesquisa de medicamentos à base de cannabis, e também que os tratamentos sejam custeados com recursos públicos. Alguns deles destacam que a medida deve seguir regras rígidas, beneficiando famílias carentes que venham a necessitar do medicamento. Atualmente, são comuns os pacientes recorrerem à Justiça para ter acesso a este tipo de terapia. Tramita na Câmara dos Deputados desde 2015 projeto de lei que autoriza o cultivo para fins medicinais, veterinários, científicos e industriais da cannabis.
Jules Saraiva (PCB)

Favorável. Primeiramente, por entender que a proibição da maconha faz parte de uma política de guerra às drogas - na prática, uma guerra aos pobres. Em segundo lugar, porque as pesquisas envolvendo cannabis têm demonstrado resultados promissores no tratamento de doenças como Fibromialgia, Parkinson, Alzheimer, Câncer, Depressão e Ansiedade - tendo, muitas vezes, eficácia maior que os medicamentos usuais. A utilização do canabidiol (CBD) no Brasil já é uma realidade para muitas pessoas, mas que encontra diversas dificuldades e burocracias para outras pessoas que precisam.
Edinho Filho (MDB)

Meu entendimento é que tudo o que contribuir para o tratamento de pacientes graves, especialmente os que sofrem com dores crônicas, desde que devidamente aprovado pela Anvisa, merece o meu irrestrito apoio. Aliás, um dos meus propósitos é lutar por mais verbas para a pesquisa, para a valorização cada vez mais da ciência. O baixo investimento em pesquisa científica torna o Brasil dependente de patentes estrangeiras. Isso tem que mudar e é neste sentido que eu certamente vou atuar em Brasília.
COMO É HOJE
Nos últimos dois anos, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) publicou autorização sanitária de produto medicinal à base de cannabis. São produtos à base de extratos de cannabis sativa e dez do fitofármaco canabidiol.
Decisões judiciais, no entanto, têm autorizado o uso de medicamentos à base de cannabis para doenças como epilepsia, Parkinson, Alzheimer, esclerose múltipla e autismo. Na Câmara dos Deputados, tramita projeto sobre medicamentos formulados com cannabis desde 2015, com adiamentos repetidos de votação, que encontra resistência.
A proposta prevê que o plantio será feito por empresas farmacêuticas e de pesquisa, e o comércio só poderá ocorrer se existir comprovação de sua eficácia terapêutica atestada em laudo médico. Uma das emendas apresentadas no projeto, que está parado na Câmara desde junho de 2021, proíbe a comercialização para fins medicinais salvo para pesquisa por associação sem fins lucrativos e sem recursos públicos.
Abner Tofanelli (PDT)

Há o respaldo científico de diversos estudos sobre os benefícios de medicamentos à base de cannabis para o tratamento de diversas doenças e sintomas, o que torna as pesquisas com a planta uma pauta relevante nas áreas da saúde e da economia. Outros países realizam esse tipo de pesquisa e obtêm resultados satisfatórios, inclusive no tratamento de crianças e bebes, na redução de sintomas de doenças como epilepsia ou dos efeitos colaterais provocados por outros procedimentos médicos. A pesquisa pode, sim, ser realizada por Universidades e órgãos de pesquisa do Estado.
Luiz Carlos Motta (PL)

Sou favorável a toda inovação na área da saúde, comprovadamente testada e aprovada, que esteja dentro das normas da Anvisa e resulte em ganho de qualidade de vida e bem-estar das pessoas. Também acredito que o país precisa investir mais recursos públicos para fomentar a pesquisa e o custeio desses medicamentos pelo Estado.
Márcio Larranhaga (PSC)

Tudo na natureza tem sua função, todas as plantar, etc… Se já comprovaram a eficiência do canabidiol, devemos avançar nas pesquisas e na sua aplicação, bem diferente da liberalização da maconha, uma das causadoras da tragédia social na juventude mundial, e seus efeitos nefastos. Todas as plantas tem sua função medicinal, devemos pesquisar e aplicar no bem comum.
Danila Azevedo (PTB)

Sou a favor das pesquisas, mas o cultivo e comercialização da cannabis pela indústria farmacêutica devem ser de maneira bem regulamentada, sendo aprovada pela Anvisa, mas com receitas prescritas de alto controle restritivo médico e também custeada pelo Estado, quando comprovada a baixa renda do paciente. Entendo que, para uma ordem em sociedade, não deve haver a liberação de forma mais ampla que isso. Reitero que sou contra o cultivo de associações de pacientes e que a substância deve ser restrita somente à indústria farmacêutica.
Professor Fernando (Solidariedade)

Paradoxo, o Brasil é um dos que mais fuma maconha no mundo. Mas medicamento à base de cannabis precisa de autorização na Justiça.
Beto Cacciari Filho (PL)

Sou médico e, nesta posição, entendo que uma coisa é o uso de uma substância química como princípio ativo na produção de medicamentos que controlam doenças neurológicas e outra coisa é a dependência patológica de drogas. Pela ciência e pela cura, sou a favor da pesquisa de medicamentos à base de cannabis, o que é totalmente diferente da liberação do uso de drogas, que alimenta a violência e o tráfico, da qual divirjo e sou contrário. Sou do lado da ciência, da saúde e do bem-estar da população. Sempre com respeito às leis sanitárias.
Fausto Pinato (PP)

Somos favoráveis à ciência e, portanto, ao uso medicamentoso de fórmulas à base da cannabis para oferecer aos brasileiros enfermos de doenças como o Parkinson, Alzheimer e tantas outras manifestações degenerativas que afligem milhares de famílias do nosso país.
Promotor Marcos Lelis (Avante)

Sou favorável a pesquisa de medicamentos à base de cannabis para fins medicinais, inclusive com o custeio por parte do Estado. Já está cientificamente demonstrado que esses medicamentos são de grande importância no tratamento do Autismo e a pesquisa poderá descobrir o seu emprego em outras enfermidades.
Celi Regina (PT)

O tema merece toda a atenção na medida que políticos oportunistas usam do preconceito e da desinformação para ganhar votos. O uso de canabinoides, indicado pelo profissional médico que acompanha o paciente, tem como razão o insucesso na utilização de outras alternativas terapêuticas. Sendo que a própria Anvisa já reconheceu a eficiência da substância para o controle de determinadas enfermidades. Assim, considerando que a saúde é um dever do Estado, não há por que restringir recursos para as pesquisas e custeio destes medicamentos visando o bem-estar de muitos brasileiros.
João Paulo Rillo (Psol)

A ciência tem comprovado a eficácia de medicamentos à base dos princípios ativos da cannabis no tratamento de inúmeros problemas e transtornos, como autismo, esclerose múltipla e até falta de apetite pós-quimioterapia. No entanto, as pessoas que buscam por esse tipo de tratamento enfrentam inúmeros entraves. A regulamentação da maconha para esse fim facilitaria a importação de medicamentos, estimularia a pesquisa dentro do nosso país e, claro, reduziria a espera dos pacientes e os custos.