Diário da Região
PRÉ-CANDIDATO

Boulos diz que racha no PSDB favorece a esquerda

Cacique do Psol criticou Bolsonaro por omissão durante a pandemia

por Francela Pinheiro
Publicado em 13/08/2021 às 23:30Atualizado em 13/08/2021 às 23:36
Guilherme Boulos, é pré-candidato ao governo do Estado em 2022: ele não descarta aliança com o PT (Guilherme Baff)
Guilherme Boulos, é pré-candidato ao governo do Estado em 2022: ele não descarta aliança com o PT (Guilherme Baff)
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O ex-candidato à Prefeitura de São Paulo pelo Psol, Guilherme Boulos, disse que o racha interno do PSDB abre espaço para a esquerda avançar na disputa pelo governo do Estado, em 2022. A afirmação foi feita nesta sexta-feira, 13, em visita do pré-candidato ao Palácio dos Bandeirantes em Rio Preto. Boulos está em caravana pelo interior e, na cidade, visitou o Hospital de Base (HB), a Santa Casa, a Associação Comercial e Empresarial (Acirp), Câmara e outras instituições.

No cenário da política estadual, o PSDB do governador João Doria vive uma divisão com a escolha de Doria pelo nome do vice-governador Rodrigo Garcia para disputar o cargo no ano que vem e a possível saída do ex-governador Geraldo Alckmin, que também circula no Estado em busca de apoio político para o pleito. O partido está à frente do comando do Estado há mais de 20 anos.

"Rodrigo e Alckmin terão pelo menos duas candidaturas. Isso abre maiores oportunidades. O Alckmin foi governador por duas vezes, o Rodrigo estará com a máquina. (O racha) de fato abre um espaço para o campo progressista”, disse.

Boulos também defendeu uma união entre os partidos de centro-esquerda para derrotar o PSDB no Estado e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nas urnas, no ano que vem. "Eu tenho defendido uma unidade progressista contra o 'tucanistão' e o ‘Bolsonarismo’". Unidade que Boulos disse que pode unir Rede, PCdoB e PDT. “Estamos dialogando. Bater martelo será no início do ano que vem”, disse.

Apesar da expectativa, o ex-candidato a prefeito da Capital descartou a possibilidade do Psol se unir ao PT para uma chapa única com nomes das duas legendas. "Isso (Boulos ser vice de Fernando Haddad) não está colocado e nem está colocado para ele ser meu vice. O que está colocado é buscar uma unidade política para que a gente leve no 1º turno”, afirmou.

Ativista do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), o líder do Psol disse que quer quebrar a imagem de "invasor de propriedades". "Precisamos desmistificar preconceitos. A luta (do MTST) jamais invadiu a casa de alguém. A luta é para que tenham casa. O movimento identifica imóveis abandonados, que deve 30, 40 anos de impostos e que pela lei já deveriam ter sido desapropriados. Quando você explica isso, as pessoas vêm junto", disse.

Boulos considerou a gestão da pandemia de Bolsonaro como "a mais desastrosa do planeta" e também criticou a condução das ações de João Doria pelo “abre e fecha". Por fim, ele disse que o projeto para o Interior é descentralizar o orçamento, ouvir as necessidades e permitir que a população participe da gestão estadual.

(Colaborou Rodrigo Lima)