Milton Ribeiro tentou emplacar pastor Arilton no Ministério da Educação
A informação foi relatada ao órgão pelo atual comandante do MEC, Victor Godoy Veiga

Relatório da Controladoria-Geral da União (CGU) aponta que o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro tentou emplacar o pastor Arilton Moura em seu gabinete. A informação foi relatada ao órgão pelo atual comandante do MEC, Victor Godoy Veiga.
Segundo o parecer, Veiga contou que a “intenção inicial” de Ribeiro “era nomear o próprio pastor Arilton Moura para um cargo no MEC”. Como não havia disponibilidade no gabinete do ministro, Veiga – à época secretário-executivo do ministério – disse que ofereceu um outro cargo.
O documento destaca que Arilton Moura chegou a ser entrevistado pelo secretário-executivo adjunto do MEC, José de Castro Barreto Júnior. A vaga disponível era para ser assessor, com um salário de R$ 10.373,30, em uma das quatro diretorias da secretaria-executiva.
“O pastor Arilton mostrou-se descontente com a remuneração do cargo”, relata a CGU. “Teria externado sua insatisfação, inclusive, na frente de outros servidores da pasta, em reuniões do MEC que contaram com a presença do ministro Milton Ribeiro e requereu que lhe fosse disponibilizado outro com melhor vencimento.”
A nomeação foi barrada pela Casa Civil. De acordo com a CGU, o ministério disse ao MEC que “os resultados das pesquisas de informações a respeito do postulante ao cargo não foram favoráveis à nomeação”.
A solução encontrada foi a nomeação do advogado Luciano de Freitas Musse. Segundo o chefe de gabinete do ministro no MEC, Djaci Vieira de Sousa, contou que já se sabia internamente que Musse tinha feito parte da comitiva dos pastores Arilton Moura e Gilmar Santos.
O ministro da Educação, Victor Godoy Veiga, ainda relatou que tentou demover Milton Ribeiro da ideia de usar os pastores como intermediários dos encontros com prefeitos, “afirmando ser desnecessária essa mediação”. Segundo Veiga, ele “não obteve sucesso com essas considerações”.