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Bolsonaro decreta luto oficial pela morte de Olavo de Carvalho

Escritor era considerado guru intelectual do bolsonarismo

por Arthur Pazin
Publicado em 26/01/2022 às 01:03Atualizado em 26/01/2022 às 08:40
Olavo de Carvalho, que morreu nos Estados Unidos, aos 74 anos (Reprodução/Redes Sociais)
Olavo de Carvalho, que morreu nos Estados Unidos, aos 74 anos (Reprodução/Redes Sociais)
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O presidente Jair Bolsonaro (PL) decretou luto oficial de um dia pela morte de Olavo de Carvalho, considerado o guru do bolsonarismo. O decreto consta em edição extra do Diário Oficial da União publicada nesta terça, 25.

Até hoje, Bolsonaro tinha decretado apenas um luto oficial, em referência à morte do ex-vice-presidente da República Marco Maciel, ocorrida em 12 de junho de 2021, por um período de três dias. Outras mortes recentes, como de Elza Soares, considerada a cantora do milênio, não foram declaradas como luto oficial.

Bolsonaro já havia manifestado seu pesar durante a madrugada pela morte de Olavo de Carvalho, ocorrida na noite desta segunda, 24. Além disso, o governo federal emitiu nota em que chamou o escritor de "intransigente defensor da liberdade".

O guru do bolsonarismo morreu na noite de ontem aos 74 anos. Ele estava internado em um hospital nos Estados Unidos e não teve a causa da morte divulgada. No dia 15 de janeiro, a equipe do escritor - crítico das vacinas contra o novo coronavírus - anunciou um diagnóstico de Covid-19.

Bacharel em Direito, professora de artesanato e ativista da cannabis medicinal, Heloísa de Carvalho acredita que o pai, o escritor Olavo de Carvalho, morreu devido às complicações da doença.

Em entrevista ao Diário, Heloísa contou que Olavo estava contaminado pelo vírus desde o começo do mês e que foi para a Unidade de Terapia Intensiva (UTI) na semana passada. Sem contato com o pai, a professora disse que conseguiu a informação com "olavetes" — seguidores e alunos de Olavo — que teriam confirmado com Roxane, agora viúva do escritor.

Em seu perfil no Twitter, a filha publicou uma nota de falecimento do escritor e escreveu: "Que Deus perdoe ele de todas as maldades que cometeu". Questionada pela reportagem sobre quais seriam essas "maldades", Heloísa afirmou que a principal delas foi ter incentivado o tratamento precoce, além de ser contra a vacina, chamar a pandemia de fraude, negar o vírus e, de certa forma, motivar o governo, por meio de seu discurso, a atrasar a compra da vacina. "Olha só o destino", disse.

(com Agência Estado)