Justiça determina afastamento do prefeito de Guapiaçu e quatro vereadores
Políticos são investigados por suspeita de de corrupção na autorização de loteamentos no município

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) afastou dos cargos, nesta quinta-feira, 21, o prefeito de Guapiaçu, Jean Vetorasso (DEM), o presidente da Câmara, Toninho Longo (DEM) e os vereadores Alessandro Merighi Giglio (DEM), Juliano Vetorasso (PTB) e Luiz Renato Lorenzi (PP). A informação foi confirmada pelo delegado da Divisão Especializada em Investigações Criminais (Deic) de Rio Preto, Ricardo Afonso Rodrigues.
Os chefes do Executivo, do Legislativo e os vereadores foram alvos de mandados de busca e apreensão da equipe do delegado na manhã desta quinta-feira na Prefeitura, na Câmara e na casa de um deles. Os cinco são investigados por corrupção e organização criminosa por suposto esquema de cobrança de propina para autorização de loteamento no município.
Segundo o delegado, a equipe começou a investigar o grupo há quatro meses, depois de denúncia de dois empresários, que pediam autorização para fazer um loteamento para 600 imóveis em Guapiaçu. "Eles disseram que estavam sendo extorquidos para autorizar loteamento e que o pedido inicial era de R$ 500 mil”, afirmou durante coletiva de imprensa na Deic. “Eles não concordaram, nos procuraram e iniciou o inquérito”, completou.
Durante a investigação, a equipe obteve mais provas, as quais Rodrigues não detalhou, mas disse que foram obtidas de acordo com a lei do crime organizado. “Em cima dessas informações foram representadas pela prisões temporárias”, afirmou. O TJ negou a prisão, mas autorizou os mandados de buscas e apreensões.
“Hoje apreendemos o processo relativo ao loteamento, celulares e notebooks e no período da tarde o meritíssimo desembargador da 14ª Câmara do Tribunal de Justiça determinou o afastamento do prefeito, do presidente da Câmara e três vereadores”, informou o delegado.
Os equipamentos e papelada apreendidos vão passar por análise pericial e policial, segundo o delegado titular do caso, Gustavo Henrique Gonçalves. Por nota, a Prefeitura informou, que a atual gestão "disponibilizou toda documentação" e ressaltou que a aprovação do loteamento começou no mandato passado, quando foi expedida a primeira certidão. A assessoria não comentou os afastamentos. A reportagem não localizou os vereadores até o fechamento desta edição.
Um deles, Alessandro Merighi Gigli, é funcionário da Prefeitura de Rio Preto. A assessoria do município informou que “irá aguardar o posicionamento do Poder Judiciário”.
(Com Francela Pinheiro)