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Hugo Motta critica conduta de Eduardo Bolsonaro

"Não concordo com parlamentar trabalhando por danos ao Brasil", afirmou presidente da Câmara dos Deputados em entrevista 

por Agência Estado
Publicado há 6 horasAtualizado há 3 horas
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O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que não concorda com a conduta de um parlamentar que atue em favor de medidas que tragam danos ao Brasil, ao comentar sobre a situação do mandato do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

 Em entrevista à revista Veja, na manhã desta segunda-feira, 11, Motta disse que “não pode ser admitido” esse tipo de comportamento. Segundo o presidente da Câmara, o Conselho de Ética e Decoro Parlamentar deve analisar com imparcialidade o caso. O filho do ex-presidente Jair Bolsonaro é alvo de uma ação no colegiado, acusado pelo PT de incitar o governo de Donald Trump a adotar medidas econômicas contra o Brasil.

“Cada parlamentar tem a sua autonomia e a sua liberdade para agir com aquilo que entende ser importante para representar o seu eleitorado. Eu não posso concordar com a atitude de um parlamentar que está fora do País, trabalhando muitas vezes para que medidas cheguem ao seu País de origem e que tragam danos à economia do País”, disse Motta.

O presidente da Câmara continuou: “Isso não pode ser admitido. Da nossa parte, nós temos uma posição contrária a esse tipo de comportamento. Nós não concordamos com esse tipo de atitude, nós temos que defender o nosso País”.

“E eu penso que o deputado Eduardo Bolsonaro poderia até estar defendendo politicamente algo que ele acredita, defendendo a inocência do ex-presidente Jair Bolsonaro, mas nunca atentando contra o País. Porque, quando isso acontece, eu penso que nem os seus eleitores, nem os seus apoiadores concordam”, afirmou.

“Ninguém pode concordar em ter o seu País sendo prejudicado pela atitude de um parlamentar. Isso não me parece ser correto e não me parece ser condizente com a postura de um deputado federal.”

Em relação à situação de Eduardo no Conselho de Ética, Motta prometeu que a atuação da Câmara se dará “dentro do regimento”.

“Com relação às questões inerentes ao seu mandato, nós iremos tratar o deputado Eduardo Bolsonaro como trataremos todo e qualquer parlamentar. Para esta presidência, não existe um parlamentar que é mais deputado do que outro. Não existe isso da nossa parte”, disse.

“Então, dentro do regimento, dentro daquilo que rege o nosso Conselho de Ética, é como trataremos o deputado Eduardo Bolsonaro, sem ter a ele dado nenhum privilégio e também nenhum prejuízo pelo fato de ele estar tendo esse comportamento. Temos que agir com imparcialidade”, acrescentou.

Motta voltou a afirmar que vê dificuldades na aprovação de uma anistia irrestrita aos envolvidos nos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, mas disse que o formato da anistia ainda será tema de debates entre os líderes das bancadas.