Coronel banca Marcondes e diz que ele faz 'um bom trabalho'
Questionado sobre denúncia do Ministério Público contra o vice-prefeito de Rio Preto, Fábio Marcondes, o prefeito Coronel Fábio Candido disse que vai esperar decisão da Justiça

O prefeito de Rio Preto, Coronel Fábio Candido (PL), disse que Fábio Marcondes vai permanecer como secretário de Obras. Também vice-prefeito, Marcondes foi denunciado pelo Ministério Público por injúria racial contra o segurança do Palmeiras Adilson Oliveira.
Em entrevista coletiva na Prefeitura, o prefeito disse que Marcondes faz "um bom trabalho". “A vida segue, ele está fazendo um bom trabalho como vice-prefeito e secretário de Obras. A gente vai aguardar, para esse fato que é pessoal, uma decisão da Justiça”, disse o prefeito.
Denúncia
A denúncia foi oferecida pelo promotor José Silvio Codogno, de Mirassol. Além da condenação criminal, o MP pede a perda do cargo e função pública como vice-prefeito e secretário de Obras. A Justiça de Mirassol irá analisar a denúncia oferecida pelo MP.
A pena para crime de injúria racial em caso de condenação é de dois a cinco anos de prisão. O MP também denunciou o vice-prefeito combinado com o artigo que eleva a pena de 1/3 até metade quando ocorrerem em contexto ou com intuito de descontração, diversão ou recreação. Perda de função pública vale em caso de trânsito em julgado de eventual condenação. O MP pediu ainda aplicação de multa não inferior a 50 salários mínimos, equivalente a R$ 75,9 mil.
Defesa
A defesa de Marcondes disse que ele não usou termos de cunho racial contra o segurança e que atuou em defesa de seu filho. Dois laudos do Instituto de Criminalística, de São Paulo, afirmaram que a expressão fonética na discussão seria “paca vea”. O delegado pediu relatório ao setor de inteligência da Polícia Civil, que fez uso de IA para analisar o áudio da discussão, o que resultou no indiciamento. A defesa do segurança apresentou parecer contratado que indica o uso de termo de cunho racial.
O advogado de Marcondes, Edlênio Xavier Barreto, afirmou que a denúncia "ignorou" laudos oficiais.
"Estamos vivendo tempos estranhos, já dizia o ministro Marco Aurélio. E não há exemplo mais eloquente do que esta denúncia: ignora o laudo oficial, invoca testemunhas sem dizer o que viram, acolhe como prova relatório de inteligência artificial e ainda ousa arrolar testemunha do juízo. Realmente, estranhos tempos."