Diário da Região
PREVISÃO

Ciro Nogueira diz ser ‘impossível’ Tarcísio não disputar Planalto

Senador e presidente do PP admite, no entanto, que governador de São Paulo precisará do aval do ex-presidente Jair Bolsonaro

por Agência Estado
Publicado em 30/09/2025 às 22:23Atualizado em 01/10/2025 às 11:17
O ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador Tarcísio de Freitas (Reprodução/Redes Sociais)
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O ex-presidente Jair Bolsonaro e o governador Tarcísio de Freitas (Reprodução/Redes Sociais)
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O senador e presidente do PP, Ciro Nogueira, afirmou nesta terça-feira, 30, que considera “impossível” o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deixar de disputar a Presidência da República em 2026.

Durante entrevista à Globonews, o senador ressaltou que Tarcísio só será candidato, no entanto, se tiver apoio explícito do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

“Se (Tarcísio) não quiser, não será. Mas acho impossível isso acontecer. Se criarmos o ambiente político, com apoio dos partidos de centro e do presidente Bolsonaro, não tem como ele recusar”, afirmou o senador.

“Ele (Tarcísio) tem 40% de desconhecimento, 20% a menos de rejeição que Lula e está empatado nas pesquisas. Num cenário tão polarizado, é imbatível”, disse o senador.

Ao longo da conversa, Ciro Nogueira negou ter interesse em ser candidato a vice-presidente na chapa de Tarcísio, mas também fez a ressalva de que “o vice não pode trazer rejeição” ao ser questionado se o vice em potencial seria alguém com o sobrenome Bolsonaro.

EFEITO TARIFAÇO

Ele salientou que a direita deve prestar atenção e respeitar as pesquisas eleitorais, uma vez que a rejeição ao ex-presidente está “muito forte” por conta do tarifaço imposto por Donald Trump e defendido pelo deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

O senador afirmou que, no campo político dele, os nomes competitivos hoje são Tarcísio e o governador do Paraná, Ratinho Jr. (PSD), ambos “praticamente empatados” com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas pesquisas de intenção de voto.

Segundo destacou, não se trata de uma preferência pessoal, mas de uma decisão que competirá ao ex-presidente Bolsonaro, a quem caberá “ouvir lideranças”, “respeitar as pesquisas” e “considerar o sentimento da população” antes de definir o melhor candidato.

'NÃO TRAIRIA'

No entanto, o presidente do PP disse que Tarcísio “não trairia” Jair. Acrescentou ainda que, caso o governador receba essa missão de todo o grupo político, não tem dúvidas de que o governador disputará o cargo e será eleito até com facilidade.

Ele desconsiderou a força das manifestações contra anistia e a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) da Blindagem do dia 21 de setembro e afirmou que o governo federal se aproveitou do tarifaço para recuperar popularidade.

“Existe uma histeria da imprensa e da esquerda com essas manifestações. Elas pegaram carona em uma vontade popular contra a PEC da Blindagem. Mas todas as grandes manifestações de rua dos últimos anos foram da direita”, continuou Ciro Nogueira.

“Foi um erro de avaliação do Congresso ter dado essa oportunidade para criar uma narrativa que não condiz com a realidade nem com a vontade popular", completou o senador.

ENCONTRO

Na segunda-feira, 29, o ex-presidente e o governador de São Paulo conversaram sobre a eleição de 2026 a partir da perspectiva do chefe do Executivo paulista disputar a reeleição, segundo duas fontes com conhecimento das conversas. Segundo elas, o governador contou ao ex-presidente o que tem feito para organizar o Estado e expôs sua visão tanto sobre o cenário local quanto nacional.

Segundo um interlocutor de Tarcísio, ele não cravou a Bolsonaro que só topa disputar a reeleição. No entanto, o desenho do cenário debatido, com ele em São Paulo, foi encarado como um sinal de que o governador prefere tentar ser eleito para comandar o Estado por mais quatro anos.

Tarcísio chegou à casa de Bolsonaro, em Brasília, por volta das 13h40 e saiu antes das 17h. Ele almoçou com o ex-presidente e os dois também conversaram sobre assuntos pessoais. Na saída, o governador disse aos jornalistas que será candidato à reeleição. Perguntado se tratou do tema com Bolsonaro, respondeu: “Não, isso já está claro. Eu vim fazer uma visita de cortesia.”