Câmara de Rio Preto rejeita ampliar a CPI das Calçadas
Pedido foi feito por Marco Rillo, que alega demora na entrega de documentos por parte da Prefeitura. Vereadores justificaram que esticar prazo pode "contaminar" debate eleitoral
A Câmara de Rio Preto rejeitou na sessão desta terça-feira, 15, por 10 votos a cinco, a prorrogação dos trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga gastos supostamente desnecessários da Prefeitura em reformas de calçadas de escolas da rede pública municipal de ensino. As suspeitas que recaem sobre as obras realizadas nas escolas Cachinhos de Ouro, Elizabete Caballero e Chapeuzinho Vermelho foram reveladas em fevereiro pelo Diário.
A CPI foi aberta em fevereiro pelo vereador e presidente da comissão, Marco Rillo (Psol), que solicitou mais 30 dias para a conclusão da comissão porque, segundo ele, a pandemia prejudicou os trabalhos. "Está atrasando muito as respostas. Pedi documentos à Secretaria de Serviços Gerais, que só vai entregar na quinta-feira", disse Rillo.
Votaram a favor da prorrogação, além de Marco Rillo, Pedro Roberto (Patriota), Renato Pupo (PSDB), Gérson Furquim (Podemos) e Jorge Menezes (PSD). Foram contra o aumento do prazo Anderson Branco (PL), Celso Peixão, Cláudia de Giuli, Jean Charles e Jean Dornelas (MDB), Francisco Júnior (DEM), Karina Caroline (Republicanos), José Lagoeiro e José Carlos Marinho (Patriota), e Márcia Caldas (PSD). A justificativa do grupo é que a comissão tem tempo suficiente para encerrar os trabalhos, o que pode ocorrer até, no máximo, 30 de outubro e que o aumento do prazo poderia "contaminar" as eleições. "Quanto antes se encerrar a CPI, melhor para o processo eleitoral. Usam notícia para achar pelo em ovo", disse Jean Dornelas.
A comissão analisa contratos assinados, sem licitação, entre o município e a S.M.S. Serviços e Obras. O proprietário da empresa, Sidenir Martins Silva, é filiado ao MDB - partido do prefeito Edinho Araújo, candidato à reeleição -, foi candidato a vereador na chapa encabeçada pelo emedebista em eleições anteriores e ocupou cargo de subprefeito do distrito de Talhado durante o primeiro mandato de Edinho, entre os anos de 2001 e 2004. Desde então, a empresa de Sidenir recebeu cerca de R$ 5,7 milhões do município.
Com o decreto estadual para restrições pela pandemia do coronavírus, a CPI teve as atividades interrompidas no dia 24 de março. Em 13 de maio, quando a comissão começou a receber documentos solicitados à Prefeitura, o prazo da investigação voltou a correr.