Diário da Região
SEM ACORDO

Câmara de Rio Preto rejeita 13 emendas ao Orçamento de 2026

Em sessão marcada por discussões, vereadores da base do prefeito Coronel Fábio Candido (PL) descartaram a maioria das emendas apresentadas, incluindo a que destinava 1% do Orçamento para a Cultura 

por Vinícius Marques
Publicado há 6 horasAtualizado há 3 horas
Sessão durou mais de seis horas na quinta (Divulgação/Câmara de Rio Preto)
Sessão durou mais de seis horas na quinta (Divulgação/Câmara de Rio Preto)
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Em uma sessão que durou seis horas e foi novamente marcada por discussões ríspidas entre vereadores, a Câmara de Rio Preto aprovou, nesta quinta-feira, 26, o projeto da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, de autoria do prefeito Coronel Fábio Candido (PL). Praticamente todas as emendas apresentadas por parlamentares foram rejeitadas. A base governista contou com apoio de vereadores de partidos aliados e também de parlamentares alinhados ao Executivo.

A proposta foi analisada em duas sessões extraordinárias convocadas pelo presidente da Câmara, Luciano Julião (PL). Das 14 emendas protocoladas, 13 foram rejeitadas e apenas uma aprovada. Todas as rejeitadas eram de autoria do vereador João Paulo Rillo (Psol), incluindo uma que destinava 1% da receita municipal à Secretaria de Cultura. Também foi barrada emenda que previa a criação de mais dois conselhos tutelares, além de propostas para a realização de audiências públicas nas regiões da cidade durante a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA) e a implementação do Conselho Municipal da Diversidade Sexual.

O projeto da LDO foi votado quanto à legalidade e ao mérito e segue agora para sanção do prefeito. O texto define as diretrizes que devem nortear o projeto da LOA do próximo ano. A estimativa da Prefeitura é de um orçamento de R$ 3,8 bilhões em 2026.

A única emenda aprovada foi a primeira a ser votada, de autoria do vereador Jorge Menezes (PSD), que fixa em 1,55% da receita corrente líquida o valor destinado às emendas impositivas. Ela recebeu 19 votos favoráveis.

Sem acordo

Após a aprovação da emenda de Jorge Menezes, o vereador Julio Donizete (PSD) solicitou que a votação das demais propostas fosse nominal. O presidente da Casa chegou a suspender a sessão mais de uma vez em tentativa de costurar um acordo, sem sucesso. Com isso, as emendas foram analisadas individualmente.

Rillo subiu à tribuna para defender suas propostas e fez críticas tanto ao governo quanto aos vereadores da base. “É assim que está funcionando a ordem unida. Ou vota com o governo, ou é inimigo do governo”, afirmou.

Renato Pupo (Avante) também usou a tribuna para defender a ampliação dos conselhos tutelares, assim como Alexandre Montenegro (PL). Abner Tofanelli (PSB) apoiou as propostas sobre políticas de direitos humanos, a criação do Conselho da Diversidade e o 1% para a Cultura. Os parlamentares contrários às emendas, por outro lado, não se manifestaram na tribuna.

Rejeitadas

As 13 emendas apresentadas por Rillo acabaram rejeitadas. A votação mais apertada foi a que previa a destinação de 1% do orçamento para a Cultura. Inicialmente, o placar foi de 11 votos a favor e 11 contra. O presidente da Câmara chegou a dar o voto de minerva, contrário à proposta. No entanto, vereadores questionaram a ausência de declaração de voto do vereador Dinho Alahmar (PL), que participava da sessão de forma remota. O voto dele, que constava como contrário, foi anulado por não ter sido declarado oficialmente. Ainda assim, a emenda foi rejeitada — eram necessários 12 votos para aprovação.

Durante a confusão gerada pela recontagem dos votos, Jorge Menezes afirmou que, em outra votação, houve voto de “assessor”. Questionado sobre a fala, o presidente da Câmara afirmou que o caso será apurado.

Na votação do projeto principal, vereadores como Bruno Moura (PRD) e Felipe Alcalá (PL) afirmaram que vão apresentar emendas parlamentares para ampliar os conselhos tutelares.

Satisfatório

O secretário de Governo, Eduardo Tedeschi, afirmou à reportagem, na noite de quinta-feira, que considerou o resultado da sessão satisfatório e disse ter orientado os vereadores a rejeitarem as emendas apresentadas — com exceção da que aumentou o percentual de emendas impositivas, que foi aprovada.

"Não podemos engessar o orçamento que já é restrito", disse o secretário. Segundo ele, os vereadores têm a possibilidade de destinar recursos por meio das emendas impositivas.