Bolsonaro nega articulação de filho sobre tarifas e diz que crise não existiria sob seu governo
Ex-presidente também afirmou que nunca pensou em sair do Brasil ou ir para alguma embaixada

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) declarou que o seu filho, deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) não articulou a imposição de tarifas contra o Brasil. "Foram do Trump", disse a jornalistas na manhã desta sexta-feira, dia em que foi alvo de operação da Polícia Federal (PF).
As falas contrastam com declarações feitas ao longo da última semana por Eduardo e pelo próprio pai, que admitiram a influência junto à Casa Branca na tentativa de colher apoio do presidente Donald Trump. "Estou me sentindo humilhado com tornozeleira e sem poder falar com Eduardo", afirmou após as medidas da PF.
O ex-presidente diz que, se ainda estivesse no comando do Planalto, o País estaria em outro patamar de relação com os Estados Unidos. "Em 2019 não teve tarifa dos EUA no aço ou alumínio, porque eu falava com Trump", afirmou.
Em sua avaliação, o Brasil poderia estar como a Argentina, presidida por Javier Milei, nome da extrema direita que tem boas relações com o presidente norte-americano. "Seria como na Argentina, com 80% dos produtos sem tarifa", disse sobre o cenário hipotético.
'Nunca pensei em sair do Brasil ou ir para embaixada'
Bolsonaro declarou que eventual saída do país ou refúgio em determinada embaixada nunca foi "pensada" e alegou que o inquérito do golpe é político. "Nada de concreto existe", afirmou a jornalistas.
A PF cumpriu mandados de busca na residência de Bolsonaro em Brasília e na sala que ocupa na sede nacional do PL, também na capital federal. "Este é um novo inquérito, estou também dentro dele", disse o ex-presidente.
Os parlamentares da Oposição invocam a crise diplomática e comercial com os Estados Unidos para justificar eventual "deterioração da imagem" do país com a ação da PF. Bolsonaro reforçou que está restrito ao Brasil, com tornozeleira. "Espero que a investigação seja técnica, e não política", disse.