Diário da Região
PROJETO DE LEI

Bilynskyj quer proibir atendimentos a 'bebês reborn' em unidades de saúde

Deputado federal de Rio Preto apresentou projeto que prevê multa de até R$ 50 mil a instituições que prestem qualquer tipo de serviço clínico, acolhimento ou encaminhamento a bonecos com aparência humana realista

por Gabriel Vital
Publicado em 15/05/2025 às 15:43Atualizado em 15/05/2025 às 16:01
O deputado federal Paulo Bilynskyj em entrevista ao Diário; ao lado, um boneco hiper-realista, conhecido como "bebê reborn" (Guilherme Baffi e Freepik)
O deputado federal Paulo Bilynskyj em entrevista ao Diário; ao lado, um boneco hiper-realista, conhecido como "bebê reborn" (Guilherme Baffi e Freepik)
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O deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP), que mora em Rio Preto, apresentou nesta quinta-feira, 15, projeto de lei para proibir o atendimento a bonecos hiper-realistas — conhecidos como “bebês reborn” — em unidades de saúde públicas e privadas de todo o país. A proposta prevê sanções administrativas para profissionais e instituições que realizarem esse tipo de atendimento, incluindo multa de até R$ 50 mil.

Segundo o texto, profissionais de saúde e servidores públicos ficam impedidos de prestar qualquer tipo de serviço clínico, acolhimento ou encaminhamento direcionado a bonecos com aparência humana realista. A justificativa da proposta afirma que a medida visa evitar o desvio de finalidade na utilização de recursos públicos e preservar a eficiência e a moralidade no Sistema Único de Saúde (SUS).

“Nas últimas semanas, foi noticiado que cidadãos estão levando bonecos hiper-realistas — conhecidos como ‘bebês reborn’ — para receber atendimentos médicos em unidades de saúde”, afirma o parlamentar no documento. “Ainda que tais condições mereçam cuidado, a prática indiscriminada de simular atendimentos médicos a objetos inanimados configura desvio inaceitável dos serviços de saúde, especialmente quando realizados com recursos públicos ou em detrimento da atenção a pacientes reais.”

O projeto estabelece penalidades que vão de advertência à demissão para os profissionais envolvidos, e prevê multa de até R$ 50 mil, além de descredenciamento do SUS, para instituições privadas reincidentes. Também determina que infrações cometidas por profissionais registrados em conselhos sejam comunicadas às respectivas entidades de classe.

Exceções

Apesar da proibição, o texto admite exceções. O uso de bonecos hiper-realistas será permitido em casos de acompanhamento psicológico ou psiquiátrico, desde que haja laudo médico e recomendação formal, bem como em atividades acadêmicas e científicas que não simulem atendimento clínico.

Na justificativa, Bilynskyj argumenta que o projeto “visa assegurar a racionalidade, o bom uso dos recursos e a integridade ética do sistema de saúde nacional” e que é papel do Parlamento “zelar por normas que promovam o equilíbrio entre sensibilidade social e responsabilidade administrativa”.