Diário da Região
PAINEL DE IDEIAS

‘Quarentei!’

Foram tantas situações de aprendizado que não consigo contabilizar. Em 40 anos, posso dizer que acumulei experiências únicas, mas, mais do que isso, eu acumulei memórias

por Adriana Neves
Publicado em 29/06/2022 às 20:21Atualizado em 29/06/2022 às 20:41
Adriana Neves (Reprodução)
Adriana Neves (Reprodução)
Ouvir matéria

Amanhã, 1º de julho, eu comemoro 40 anos!

Não, não falo de quatro décadas de vida – essa idade da loba eu já conquistei, apesar de não parecer (brincadeira!) – mas, falo de 40 anos de trabalho na Conebel, a empresa da minha família!

Você pode imaginar o que são 480 meses de jornada numa mesma empresa? Tenho certeza de que muitos já viveram com intensidade anos de trabalho. Então, já sabem que é um caminho de muito suor, responsabilidade, dedicação e, acima de tudo, muita história para contar! E essa é uma jornada que iniciei aos 13 anos. Não por sonho (ninguém sonha trabalhar tão jovem; nessa época a gente só pensa em brincar e estudar) mas, porque eu precisei. Meu pai e meus tios estavam passando por um momento de cisão na sociedade da família. Minha mãe, então, ingressou nos negócios e eu comecei a ajudá-la no setor financeiro da empresa.

Tudo começou no primeiro dia das férias de julho de 1982. Fui para a Conebel ajudar minha mãe a carimbar cheques e a conferir os prazos dados aos clientes. Foi neste momento que minha vida mudou. Por lá, fui ficando e assumindo mais responsabilidades, me adequando em cada setor. No antigo CPD (Centro de Processamento de Dados), por exemplo, aprendi a digitar bem rápido para fazer os relatórios de carga; na Confraria, trabalhei no atendimento ao consumidor e sempre cobrei de mim o dobro de atenção e simpatia com os clientes; depois, quando fui para a administração, tive a ajuda dos funcionários que já estavam por lá e conheciam a rotina que eu estava entrando. Foram tantas situações de aprendizado que não consigo contabilizar. Em 40 anos, posso dizer que acumulei experiências únicas, mas, mais do que isso, eu acumulei memórias.

O trabalho de uma forma geral sempre nos traz a oportunidade de conhecer pessoas e, o melhor, de aprender com elas. Quem me acompanha sabe que, vira e mexe, eu conto sobre algumas pessoas que passaram pela minha vida e que fizeram a diferença nos meus dias. Nos próximos artigos, vou trazer um pouco das histórias que vivi na empresa, e garanto: são sensacionais!

Diante de tudo isso, eu trago aqui uma reflexão: é mais importante você fazer o que gosta ou gostar do que faz? Em todas as palestras que ministro, sempre falo em sonhar grande, em estabelecer metas. E eu acredito nisso, genuinamente. Mas, a verdade é que, em minha vida, as coisas não aconteceram desse jeito. Elas foram se impondo, se desenrolando enquanto eu já pertencia àquele cenário. E eu fui encarando, fui enfrentando. O segredo, penso, é que tudo o que fazemos, desde a menos tarefa deve ser bem feito e com dedicação.

E qual o segredo da vida que não esse, o de fazermos do limão, uma belíssima limonada? Hoje, sou grata a tudo o que tive a oportunidade de encontrar em meu caminho e, tenho certeza, que aquela garotinha de 13 anos – a “menina da cerveja” – como alguns me chamavam, está bem orgulhosa do que se tornou! Mas vou contar pra vocês que quero continuar aprendendo, inovando e me reinventando!

ADRIANA NEVES, Empresária em Rio Preto. Escreve quinzenalmente neste espaço às quintas-feiras