Diário da Região
Painel de ideias

Os visitantes do Nibiru

Ele disse que várias catástrofes nos próximos anos promoveriam o desencarne em massa sem ser uma grande guerra. Estávamos, naquela época, iniciando a curva ascendente da praga da Aids

por Lelé Arantes
Publicado em 14/09/2021 às 22:07Atualizado em 15/09/2021 às 08:44
Lelé Arantes (Lelé Arantes)
Lelé Arantes (Lelé Arantes)
Ouvir matéria

Era 1988 e eu trabalhava em um pequeno jornal de bairros com sede na vila Anchieta. Alternativo e hebdomadário (palavra chique para designar algo que sai uma vez por semana), o jornal precisava de algo mais que simples notícias de bairros para garantir sua leitura. E o que há de melhor para servir de chamariz do que o desconhecido e o fantástico para atiçar a curiosidade

Fizemos uma série de reportagens com assuntos reais e outros imaginários. Um dos fatos reais foi relembrar a abdução do vigia noturno Antonio Carlos Ferreira, na noite de 28 de julho de 1979, em Mirassol. Ele teria sido levado a uma nave espacial para manter relação sexual com uma extraterrestre. Por causa dessa reportagem ficamos conhecendo o médium Paulo Roberto Trindade, um dos homens que integraram a comissão organizada pela Força Aérea Brasileira - FAB para investigar a veracidade dos relatos do abduzido por meio da hipnose. Paulo é sensitivo e sua tarefa era captar se havia mentiras nos depoimentos.

Conhecer Paulo Trindade nos levou a conhecer outras pessoas incríveis como Sidnei Louverbeck, Paulo Teixeira de Castro, Álvaro Fernandes, Sônia Maria Trigo Alves, Ney Matiel Pires e Edvaldo Santos. Os assuntos que gostávamos de abordar passavam por ufologia, fenômenos espíritas e outros acontecimentos inexplicáveis.

Em uma de nossas entrevistas com Paulo Trindade, fundador do Centro Espírita Caminheiros do Amor, localizado na Vila Sônia, ele nos falou sobre a vinda do Planeta Chupão. Este planeta, segundo ele, iria passar próximo à Terra para recepcionar todas as almas que não mais se reencarnariam em nosso planeta. Portanto, seu assunto era essencialmente religioso. Ele disse que várias catástrofes nos próximos anos promoveriam o desencarne em massa sem ser uma grande guerra. Estávamos, naquela época, iniciando a curva ascendente da praga da Aids.

Talvez Paulo tivesse lido o livro O 12º Planeta, de Zecharia Sitchin, pode alegar algum leitor. Mas não creio. Chico Xavier já havia falado nisso antes. O livro de Sitchin narra a passagem do planeta Nibiru — nome babilônico—, cuja trajetória elíptica bastante alongada em torno do Sol faz com que sua translação dure de três a quatro mil. Visitantes oriundos do Nibiru, em uma de suas passagens, teriam colonizado a Terra, originando os seres humanos que inicialmente seriam híbridos, resultado do cruzamento com os hominídeos, dando origem à vida humana no planeta. Ah, eles viviam cerca de 900 a 1.400 anos... Matusalém deve vir daí!

Segundo Sitchin, uma das extremidades da elipse do Nibiru dá volta à Terra e leva cerca de 800 anos para fazer essa volta completa. Quando se alinham à Terra, os nibirenses descem com suas naves. Quando completa a elipse em torno da Terra e se alinha novamente ao nosso planeta, os visitantes partem para mais um êxodo de 3.200 anos rumo ao Sol…

Na última vez que passou por aqui, o Nibiru teria provocado o dilúvio e seus enviados teriam construído as pirâmides, erguido cidades e inventaram o inferno: lugar onde os hominídeos e híbridos escravizados eram enviados à força para trabalhar nas minas subterrâneas, em condições insalubres, das quais ninguém retornava. A essas minas os nativos deram o nome de inferno.

Sem entrar no mérito da questão, eu apenas recomendo o estudo. Se você, caro leitor, nunca ouviu falar sobre esses assuntos, não torça o nariz antes de verificar. Chico Xavier falou sobre o Planeta Chupão. Ramatis anunciou o planeta higienizador. Os astrônomos falam do Planeta X. Para a gnose ele é o Hercolubus. As fontes são abundantes.

De uma forma ou de outra, eu fico com a máxima do único livro bíblico que não se encaixa na Bíblia, o Eclesiastes, que categoricamente afirma que não há nada de novo sob o sol.

LELÉ ARANTES, Jornalista, escritor e historiador. Escreve quinzenalmente neste espaço às quartas-feiras