Justo
O perfil e a maneira de viver de Jesus, conforme a justiça divina, manifesta uma prática de excelência. Na visão bíblica, Ele é o justo por excelência, porque soube harmonizar a sabedoria do alto com a terrena no dia a dia da comunidade onde viveu. Isto está evidente no seu espírito de serviço, na humildade, contrapondo todo tipo de ambição e triunfalismo que facilitam ações injustas.
Diante de uma cultura viciada e repleta de mecanismos, que abrem caminhos para ações injustas, não é tão fácil ser justo com excelência, porque exige a sabedoria que vem de Deus. Não só Jesus, mas todos os que são identificados como santos tiveram a marca da justiça, realizada com excelência. Essa prática está envolvida com os valores que sustentam a estabilidade da dignidade humana.
Existe atualmente uma mentalidade corrompida, injusta e sem princípios, facilitando oposição aos que procuram ser justos, porque incomodam os injustos por não viverem e não compactuarem com a ganância, a corrupção e a violência. As pessoas justas têm uma característica de humildade, mansidão e paciência. O que acontece é que muitos justos, por causa da justiça, são perseguidos.
O Reino de Deus é manifestação de justiça, como prática da sabedoria divina. É projeto de defesa da vida, contraposto ao projeto dos injustos, causadores de morte. Isto significa que a injustiça, fortalecida pela inveja e rivalidades, é contra os preceitos de Deus. É impossível ter paz quando há conivência com atos de injustiça, porque falta equilíbrio, serenidade e relação com Deus.
A injustiça também tem forma de excelência, principalmente quando ela está envolvida com as atitudes de ambição e de corrupção do poder, porque isso alimenta rivalidades entre pessoas. O cenário brasileiro do momento vive essa prática de excelência da injustiça. Quem sofre com isto é o povo, os mais carentes, porque o egoísmo de muitos impede uma sociedade de igualdade de seus membros.
Muitas incoerências existenciais impedem o seguimento de Jesus, porque falta harmonia entre seus ensinamentos e a prática da vida concreta. A falta de sinceridade e humildade faz a pessoa viver num mundo de insensibilidade. Ela perde a capacidade de partilha, o espírito comunitário que, em vez de contribuir com o bem comum, acaba sendo agente de exploração e sofrimento para muitos.
Dom Paulo Mendes Peixoto – arcebispo de Uberaba-MG e ex-bispo de Rio Preto
Paulo Freire
O famoso educador Paulo Freire completaria cem anos neste dia 19 de setembro. Pela ocasião, o professor Silvio Almeida escreveu o artigo "Paulo Freire, 100" (Folha, 17/9), ressaltando sua contribuição para a formação de uma consciência nacional-popular pelo estímulo do espírito crítico. Para Freire, a educação, mais do que embutir a cabeça dos alunos com matérias escolares, é ensinar a pensar, refletir sobre nossa realidade. Ela transcende o individuo, visando a transformação da sociedade como um todo, reduzindo ao mínimo a diferença entre classes. A solidariedade é o fator mais importante, é o que nos faz humanos.
Salvatore D' Onofrio, Rio Preto
Incêndio
Você teria coragem de atear fogo na sua própria residência? Qualquer cidadão em sã consciência diria que não, correto? Errado. Saindo do seu âmbito doméstico, a nossa casa maior, o planeta Terra, apresenta ano a ano, números crescentes de incêndios, por motivos que vão desde vandalismo, protestos dementes, descuidos e até econômicos. Se para o ignorante (aquele que ignora) é difícil entender a lei de causa e efeito ou ação e reação, muitos canais de informação não cansam de divulgar os danos e consequências dos incêndios, tais como aquecimento global, efeito estufa, diminuição da umidade relativa do ar, alterações climáticas e nas estações, além dos danos corporais diversos onde se destacam os respiratórios.
Um incêndio atingiu minha propriedade rural e aproximadamente metade do pasto e do seringal foram atingidos. Foram árvores plantadas (muitas delas nomeadas) pelas mãos do meu finado pai há 25 anos e transformadas em um tronco cinzento em algumas horas. Além de muitas lebres, abelhas, tatus, seriemas, tamanduás não conseguiram escapar das chamas. Caí de joelhos. Graças à ajuda de muitos amigos entendi o que é aceitação, que nem tudo acontece da forma como gostaria e que o tempo apaga ou diminui a tristeza. Estou novamente de pé e me sinto mais resiliente. E lentamente, boa parte do que foi atingido está conseguindo se recuperar. Agora, gostaria de deixar uma mensagem para reflexão para meus estimados leitores e queridas leitoras.
Hoje, nossa terra respira e nos dá uma grande lição. Nos mostra como um ser vivo e inteligente é criador do seu próprio habitat. Com a capacidade de se recriar e reinventar seu ambiente, com ou sem a ajuda da presença humana. Ela nos ensina que a felicidade não chega quando temos o que desejamos, mas sim quando desfrutamos do que temos. Um renascimento amoroso nos convida a florescer por dentro e assim obter clareza e força para evoluir em uma nova oportunidade de viver aqui na terra. Respeitando, honrando, cuidando e amando nossa mãe natureza, que com sua sabedoria e bondade nos provê de todo o necessário para viver em equilíbrio.
Mostremos às nossas crianças que o equilíbrio é o princípio supremo de tudo e a colheita futura dependerá do que semeamos hoje. É tempo de nos perguntarmos quais são os rastros que minhas ações deixam hoje. Sejamos parte desse movimento de consciência de amor para o nosso planeta, para a humanidade e para a vida. Silenciando nosso ego, o poder se elevará. É tempo de despertar.
Rogério Roversi Martins, Rio Preto
Obras
Sobre os R$ 300 milhões que o prefeito de Rio Preto quer emprestar para obras, que tal pensar um pouco na nossa zona norte? Instalar bases da GCM, recapear ruas em situação crítica, melhorar atendimento nas UBSs, creche, escola, etc. Sabem aquela famosa frase do ‘livrinho’ "Todos são iguais perante a lei!"? Uns são mais iguais que outros!
Claudiney Silva – via Facebook