Mais um show
Embora tenha anunciado sua aposentadoria dos palcos, continua trabalhando, aos 78 anos. E que continue a fazer shows. Mais um e mais um e mais um…

Elton Hercules John é o nome artístico de Reginald Kenneth Dwight, nascido em Londres em 1947. Virou nome definitivo legalmente em 1972. Começou a tocar piano com apenas três anos. Sua família possuía muitos discos. Gostava de Elvis Presley e Bill Haley e seus Cometas. Mesmo sem o incentivo do pai, trompetista, começou a estudar música aos sete anos. Aos onze, ingressou na Academia Real de Música, uma das mais importantes da Inglaterra. Aos 15 anos começou a tocar num “pub”, um tipo de bar britânico que se caracteriza por servir apenas cerveja, jogos e música em volumes baixos. Nesta época, para imitar o roqueiro Buddy Holly, começou a usar óculos. Foi quando iniciou sua famosa coleção que conta com 250 mil pares de óculos.
Participou de alguns conjuntos no começo da carreira, todos de maneira fugaz. Lançou seu primeiro disco em 1969, mas “estourou” no ano seguinte com “Your song”. Desde então, não parou mais de fazer sucesso. Neste quesito, é o cantor que mais vezes atingiu o primeiro lugar das paradas de sucesso em nível mundial, 27 vezes, e incontáveis a liderança em países. É um dos cantores mais premiados da história, contando com dois Oscar. Só em premiações de músicas para peças teatrais são mais de 80. Sua última turnê foi a que mais teve público na história da música. No Brasil, seu primeiro show foi em 1995. Veio mais sete vezes, apresentando-se em dez cidades diferentes. Voltará ao Brasil em 2026.
Este tipo de evento, a vinda de um show de nível internacional, é um incentivo à economia local. Feliz da cidade que o recebe. Mobiliza os setores de produção, logística, infraestrutura, apoio técnico, segurança, saúde, marketing, comunicação, hospitalidade, alimentação, recursos humanos, financeiro, jurídico, turismo, comércio, serviços e transporte. E mais de 40 subáreas dos setores descritos acima. São centenas e por vezes, milhares de empregos gerados. O impacto econômico atinge dezenas de milhões de reais.
Do ponto de vista comercial, vendeu mais de 300 milhões de discos. Superado apenas por Beatles, Elvis Presley, Michael Jackson (pelo menos um bilhão cada um deles) e no mesmo patamar de Madonna e Led Zeppelin. Dentre tantos sucessos, fez a trilha sonora do espetáculo Billy Elliot, que deu um retorno de 800 milhões de dólares e a trilha sonora do Rei Leão, a franquia mais lucrativa de todos os tempos.
É um filantropo que já ajudou muitas instituições, principalmente voltadas ao combate à AIDS. Estima-se que tenha contribuído direta e indiretamente com mais de 600 milhões de dólares em doações. Eu gosto da música dele. E gosto muito de quem trabalha e produz como ele. Embora tenha anunciado sua aposentadoria dos palcos, continua trabalhando, aos 78 anos. E que continue a fazer shows. Mais um e mais um e mais um…
TOUFIC ANBAR NETO
Médico-cirurgião, diretor da Faceres, escritor e membro da Academia Rio-pretense de Letras e Cultura (Arlec). Escreve quinzenalmente neste espaço às quartas-feiras