Avanços consistentes da economia brasileira
O progresso realizado em 2025 deve ainda ser exaltado face ao desafiador quadro externo, agravado pela irresponsável e insana guerra comercial lançada pelo governo dos EUA, contrária ao Direito internacional

Após um bom ano de 2024, a economia do Brasil mostra resultados notáveis também em 2025, indicando uma situação auspiciosa para 2026. Isso apesar das conhecidas dificuldades políticas internas, tanto no âmbito de um Congresso dominado por forças desprezíveis, descompostas e descompromissadas com o bem comum, bem como pelos vorazes grupos de pressão do setor financeiro, que comportam rapazes banqueiros e rentistas parasitários. O progresso realizado em 2025 deve ainda ser exaltado face ao desafiador quadro externo, agravado pela irresponsável e insana guerra comercial lançada pelo governo dos EUA, contrária ao Direito internacional.
De fato, o Brasil vem se estabilizando de maneira exemplar nos últimos 2 anos, nas áreas econômicas e sociais. Como consequência, dentre outros avanços, há aumento de renda popular, aumento dos empregos formais; redução substancial da fome e da miséria; aumento da produção acadêmica e melhoria qualitativa do setor de saúde e da educação em todos os níveis e da proteção ambiental. Estes progressos são transformadores. No setor diplomático, o País apresenta-se naturalmente como um dos líderes do chamado Sul Global e da promoção dos valores humanísticos em escala global, com a África do Sul, a China, a Índia, dentre muitos outros.
Na área econômica, mantém-se um alto patamar de superávit comercial e de reservas em moedas estrangeiras. O setor agrícola brasileiro teve, até novembro de 2025, um crescimento extraordinário de aproximadamente 10%, com relação ao ano precedente. Por sua vez, o segmento industrial está a se recuperar com um crescimento no ano por volta de 1.5%. De outro lado, a área de serviços segue saudável com um crescimento de cerca de 2,9% nos últimos 12 meses. O desempenho econômico do País neste ano é o melhor da América Latina, também em termos de crescimento, estimado para 2.6%.
Alguns outros dados macroeconômicos apresentam-se virtuosos. As últimas estatísticas referentes à inflação indicam uma projeção de 4.4% para o ano de 2025, resultado de uma sóbria gestão econômica do governo brasileiro, que inclui uma saudável, se não ideal, reforma tributária. A dívida pública do Brasil, face ao PIB, tem o índice de 76%, ao passo que a dos EUA tem o índice de 124%; a do Japão, de 237%; a da França, de 113%; a da Itália, de 135%; a do Canadá, de 111%; a da China, de 88%; a da Índia, de 81%; a do México, de 50%; a da África do Sul, de 77% e a da Austrália de 44%. Tais números indicam que os países do Sul Global são melhores gestores macroeconômicos.
Contudo, permanecem desafios econômicos e políticos externos e internos. Nas relações exteriores, constata-se uma ameaça ao edifício do Direito internacional, com riscos inclusive para a paz e o comércio multilateral. No âmbito interno, há a questão das elevadíssimas taxas de juros, as mais altas do mundo, após a Turquia, que impedem um crescimento mais robusto da economia real, para favorecer os estéreis setores financeiros especulativos. Ademais, há a questão das eleições de 2026, nas quais os partidos da coalização governamental buscarão um mais amplo apoio parlamentar, para manter a sua agenda construtiva.
DURVAL DE NORONHA GOYOS JR.
Jurista e escritor polígrafo. Advogado no Brasil, Inglaterra e Portugal. Presidente do Instituto Noronha. Escreve quinzenalmente neste espaço às quartas-feiras