Itamaraty

Li, com prazer habitual, a coluna do dr. Durval de Noronha (Os Segredos do Itamaraty, 17/12). Grosso modo, estou de acordo com ele de que a nossa Chancelaria prima por ocultar fatos e documentos. No entanto, sem atenuar esse papel, me parece que o Itamaraty apenas corresponde à nossa cultura do silêncio inserida no poder, distribuída igualmente em todos os governos e instituições.
Há pouco, Lula incluiu assunto trivial com segredo de 100 anos. Bolsonaro fez o mesmo. Fernando Henrique, intelectual, renovou, ou melhor, tornou reservado para sempre documentos da Guerra do Paraguai. A "nossa" guerra de Canudos, interna, portanto sem constrangimentos diplomáticos, há versões de que, ainda, existem documentos não divulgados.
Durante o golpe, o nosso embaixador era o sr. Antônio Dias Carneiro, de extrema-direita, colega de cavalgadas dos generais chilenos. O nosso representante já era íntimo de quem mandaria. Interesse mútuo. Mas, seria irrelevante se o Brasil não vivesse o regime militar com Médici como presidente. Fôssemos uma democracia, apoiaríamos o golpe?
Certa feita, conversando com um professor, então membro do Itamaraty, justificou que haveria inconveniências. Desde a ordem (?) de matar Solano Lopez, que seria do D. Pedro II, via seu genro nomeado comandante com a saída do Duque de Caxias.
Houve um verdadeiro massacre em Assunção durante duas ou três dias/noites, com a soldadesca livre de punições. Talvez por isso, um jornalista paraguaio, com fina ironia, me disse que havia um espírito de comunhão com os brasileiros, em razão de sangue brasileiro na genealogia guarani. Lançadas as farpas, ouso-me defender a nossa Chancelaria, apesar de tudo.
Termino com uma velha conversa, bem informal, com um embaixador de um país vizinho. Rindo, me disse que o Brasil sabia fazer coisas muito boas, mas em excelência quatro: "música, mulher bonita, futebol e diplomacia." Se não consola, melhora a nossa vaidade de que fazemos algumas coisas com competência.
Luiz Melo, Rio Preto
Plaza
Agradeço ao ex-ministro da agricultura Antonio Cabrera Mano Filho, que deu a Rio Preto um monumento digno de grandes metrópoles do mundo (Plaza de España). É simplesmente maravilhoso, situado na avenida José Munia, em frente ao Plaza Shopping. Parabéns.
Cidinha Cury Antonio, Rio Preto