Direitos

O dia amanhecia e eu, sem experiência na atividade de pesca, decidi buscar o alimento. O rio estava transbordando, enchendo a várzea e as águas ligeiras impulsionavam minha canoa. Avistei uma vazante e por ela forcei nas remadas, mais adiante a várzea disponibilizava fantástica paisagem. Os aguapés ou alecrins coloriam o ambiente com cores verde-escuro e verde-claro, entre eles, as águas formavam caminhos sinuosos.
Chamou-me a atenção, enquanto remava percebia que a vegetação se movimentava mais adiante. Pensei tratar-se de sucuris, capivaras ou jacarés, mas para minha surpresa se tratava de cardumes de peixes. Lembrei-me de que estávamos no período da piracema e, portanto, eu não poderia pescar naquele ambiente. Eu me senti até envergonhado, afinal, os peixes também têm a orientação sagrada da multiplicação.
Ora, eu me retirei daquele ambiente e retornei ao local onde estava acampado. Ato contínuo surge na minha mente uma dúvida, qual seja, se a pesca estava proibida naquele local para permitir a multiplicação dos peixes, ao mesmo tempo o gado também deveria ser impedido?
Ressalte-se, eu posso estar equivocado, mas a pecuária não deveria ocupar as várzeas. Eu lembro que pessoas com mais idade chamavam esses ambientes de estuários de peixes.
Por fim, eu não consegui encontrar um denominador comum e aperfeiçoei minha dúvida, ou seja, em se tratando de interesses deveria prevalecer o direito dos peixes, da pecuária ou do homem?
Jorge Gerônimo Hipólito, Rio Preto
Internação-1
Sobre a reportagem "Câmara de Rio Preto aprova projeto de lei que prevê internação compulsória", mais uma ação inconstitucional dos vereadores de Rio Preto. Legislador que não conhece a própria lei. Tão precisando fazer algum cursinho de vereador porque não sabem o básico.
José Victor Araujo, via Instagram
Internação-2
Na Roma Antiga, existia a famosa política do “pão e circo” — uma forma engenhosa de manter o povo distraído e satisfeito. O “circo” daquela época acontecia nas arenas, com gladiadores lutando até a morte (um verdadeiro horror).
Depois, evoluímos: o circo passou a ser um espaço de risadas, trapezistas e palhaços sob a lona.
Hoje, porém, a evolução chegou ao seu auge: a Câmara Municipal conseguiu unir os dois. Toda semana, o contribuinte tem o privilégio de assistir, ao vivo, a um espetáculo que mistura o horror dos gladiadores com a palhaçada dos picadeiros.
João Rocha, via Instagram