Cultura

Como petista e militante da esquerda, não posso deixar essa narrativa passar batida. Em artigo publicado na última terça-feira, 9, o vereador Eduardo Tedeschi tenta transformar um debate sério sobre política cultural em uma disputa rasa entre “cultura do povo” e “setor artístico financiado”. Mas isso é uma falsa oposição e perigosa.
Cultura popular não floresce sozinha em solo árido. Ela vive no povo, sim, mas também precisa de chão, de proteção, de acesso, de espaços, de condições dignas. Samba, funk, capoeira, o cordel. Tudo isso nasceu da criatividade do povo, mas avançou, se estruturou e ganhou o mundo quando recebeu apoio, quando houve política pública, quando o Estado deixou de ser apenas espectador.
Política cultural não é capricho de nicho. É democracia. Garantir 1% do orçamento é garantir previsibilidade, continuidade, transparência e respeito a quem produz conhecimento, arte, memória e identidade.
Falar em “corporativismo” é ignorar que a cultura gera emprego, gira economia, forma cidadania, previne violência, movimenta turismo e salva vidas. Sim, salva vidas. Do adolescente que encontra no hip-hop um respiro. Da mãe solo que complementa renda com artesanato. Da periferia que se vê representada, iluminada, reconhecida.
Cultura não compete com creche, com saúde, com saneamento. Cultura compõe. Amplia. Sustenta. Cura. O que mata a cultura é o desmonte. É o medo de planejar. É o discurso que tenta convencer o povo de que cultura é luxo quando sempre foi ferramenta de libertação.
O PT defende o 1% porque defende o povo. Porque sabe que cultura é direito, é política pública, é investimento e não esmola. E porque entende que cidade nenhuma se humaniza cortando aquilo que a torna viva.
Se o vereador optou por um voto que reduz a potência cultural de Rio Preto, tudo bem. Escolha dele. Mas não se coloque como defensor da cultura de raiz enquanto corta a água que irriga essa raiz.
Carlos Alexandre, Rio Preto
Sujeira
Sobre a notícia "Prefeitura de Rio Preto vai retomar uso de drones para combater descarte clandestino", tem que aplicar multas altas e apreender o veículo, só assim para aprender. Uma vergonha o que fazem na cidade inteira. Linhão tá um caos, a Prefeitura faz a limpeza e no outro dia já tem entulho. Quem sabe fazer uma campanha com descontos no IPTU pra quem fizer denúncia? Fica a dica.
Guaracy Cortezi, via Facebook