Diário da Região
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Bônus 

por Da Redação
Publicado em 11/10/2025 às 00:24Atualizado em 11/10/2025 às 00:37
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O Bônus Educador Presente, instituído em São José do Rio Preto, é frequentemente apresentado pelo Executivo como um justo reconhecimento à dedicação do magistério. No entanto, por trás da boa intenção, esconde-se uma política draconiana que penaliza a realidade humana e familiar, exigindo uma perfeição que não se sustenta na vida real.

A regra é explícita e inflexível: para ter direito ao benefício, o professor deve alcançar 100% de assiduidade durante todo o ano, de 1º de janeiro a 31 de dezembro. O valor de R$ 2.280,28, estabelecido para o pagamento de 2025, é significativo, mas é retirado por imprevistos que fogem ao controle.

O primeiro grande dilema é a saúde familiar. A legislação que lista as exceções, como licença-prêmio e férias, é cruel ao ser específica: ausências para tratamento de saúde do servidor só são consideradas "não-faltas" se envolverem internação hospitalar. Isso força o(a) educador(a) a uma escolha moralmente inaceitável: se ela precisar levar o filho doente ao médico – uma emergência comum de qualquer pai ou mãe – ele automaticamente perde o bônus.

O cúmulo da injustiça se manifesta no rigor temporal. O professor que dedicou 364 dias de trabalho, garantindo a excelência da educação municipal, pode ter todo o benefício anulado por um único atraso ou incidente no último dia letivo. Imagine o educador que, a caminho da escola, sofre um pequeno acidente de trânsito ou um pneu furado e chega minutos após o início da jornada.

A política de incentivo deve valorizar a dedicação contínua, e não apenas a sorte de nunca enfrentar um imprevisto. A Câmara e o Executivo de Rio Preto precisam urgentemente humanizar a Lei Complementar Nº 333/2011, introduzindo critérios que permitam flexibilidade para emergências familiares e pessoais, sem ferir a dignidade de quem cumpre seu papel em sala de aula todos os dias. Um educador só pode estar totalmente presente se souber que a sua humanidade e suas responsabilidades familiares são respeitadas.

Leandro Freitas, Rio Preto

Pai-Nosso

Sobre a reportagem "TJ derruba lei que obriga oração do Pai-Nosso nas escolas de Rio Preto", eu, que hoje sou católica, entendo que escola é local de estudar. Fé se professa em casa e na igreja. Meu filho mesmo diz rezar Ave-Maria na escola. Ele tem 8 anos, mas reza porque ele quer, baixinho. Devemos respeitar nossos irmãos com fé diferentes.

Gabriela Altieri, via Instagram