Tudo começa e termina com o consumidor

Consumir está presente em todos os aspectos do nosso cotidiano, pois precisamos adquirir alimentos, roupas, eletrônicos, entre outros. Mas já parou para refletir sobre o impacto disso tudo?

O conceito futurista de Inteligência Artificial passou a ser a principal escolha das empresas para automatizar o atendimento ao cliente, mudando a forma de interação. Entretanto, essa interação tem ficado cada vez mais robotizada e tem trazido desafios significativos, especialmente sob a ótica do Código de Defesa do Consumidor.

A queda na qualidade das informações e a dificuldade de compreender problemas mais complexos são exemplos desses desafios, uma vez que as respostas são simplificadas demais e podem não considerar todos os detalhes necessários. Além disso, a substituição quase total do atendimento humano criou uma barreira na relação de consumo, tornando-a menos acessível e gerando nos consumidores uma sensação de abandono e desrespeito. Isso também fere o Código de Defesa do Consumidor (CDC), que tem o objetivo de promover um atendimento claro e eficaz para todos.

As pessoas têm o direito de entender como são tomadas as decisões automatizadas que impactam suas vidas. A tecnologia não pode prejudicar, ela deve servir às pessoas, gerar confiança e permitir decisões conscientes. Toda inovação traz riscos, e é preciso saber mediá-los com senso de justiça.

O maior desafio está em equilibrar a tecnologia com a acessibilidade e garantir que o consumidor tenha um atendimento humanizado nas relações de consumo quando necessário.

Erros podem acontecer, mas precisam ser reparados. Afinal, “o combinado não sai caro”. O mercado de consumo também é uma instituição que transmite valores, e precisamos estar atentos aos valores que estamos entregando às pessoas.

Nayra Milena Gonçalves

Agente Fiscal – Auxiliar Administrativo. Procon São José do Rio Preto.