Preservar e respeitar a nossa história ferroviária
A preservação da memória ferroviária deve ser vista como uma política pública de longo prazo

O editorial do “Diário da Região” do último domingo (28/12/2025) surpreende por deixar de observar dados fundamentais sobre o projeto do Trem Caipira. Vamos aos fatos: no período de 2017/2024 durante o governo do prefeito Edinho foram realizadas: 45 viagens, com 3.500 passageiros de 18 cidades e três estados diferentes, além de índice de satisfação superior a 95%.
Durante toda a operação, entre 2017 e 2024, não houve qualquer intercorrência, pois, nossa prioridade sempre foi a segurança dos passageiros considerando que circulávamos na malha com maior movimento de carga do Brasil.
Informações concretas sobre o projeto: Relatório da ANTT, datado de 07/12/2024, aprova toda a operação, inclusive para os anos subsequentes. Os recursos citados são de origem da própria concessionária, conforme consta na Portaria nº 17/2023, item 17, Resolução nº 6.021/2023 e na Deliberação nº 169/2024, todos atos da ANTT, responsável pela renovação da concessão da Malha Paulista.
A preservação da memória ferroviária deve ser vista como uma política pública de longo prazo. Como parte dessa política, foi aprovada a Lei nº 14.509/2023, que estabelece regras para a ocupação das estações ferroviárias, Lei nº 14.402/2023, que instituiu o Museu Ferroviário.
Ressalte-se que o Museu Ferroviário deverá receber investimentos aproximados de R$ 1,5 milhão destinado à implantação de um auditório, além de programação ampla e contínua. Também foram investidos R$ 100 mil da Secretaria de Cultura do Estado, destinado à implantação da Reserva Técnica do Museu Ferroviário. Na página oficial da Secretaria de Estado de Turismo e Viagens consta o projeto Trem Caipira.
Todos esses investimentos contratados só foram possíveis em razão da existência de projetos previamente elaborados, tecnicamente consistentes e bem estruturados, uma vez que a captação de recursos a fundo perdido depende da qualidade e viabilidade dos projetos apresentados.
Em nenhum momento o texto crítico do editorial considera as manifestações positivas dos passageiros e ferroviários, cujas histórias se entrelaçam com a própria história da ferrovia e com o desenvolvimento econômico da região, impulsionado aqui pela chegada da linha férrea.
Projetos são passíveis de aprimoramento contínuo.
Preservar nossa história é prioridade: parafraseando, “um povo sem memória é um povo sem história”.
Jorge Luis de Souza
Empresário e Secretário de Desenvolvimento Econômico e Turismo (2018–2024)