Pix, o futuro do dinheiro
O Brasil sério e competente produz inovações tecnológicas, fatos importantes como o Plano Real, a revolução do agronegócio, o avanço da Embraer e agora a invenção do futuro do dinheiro; nós podemos

A história da moeda é linda e fascinante, foram milhares de anos até chegarmos aos atuais meios de pagamentos. Tivemos a troca de mercadorias, as moedas de mercadoria, como o sal (a palavra salário vem do sal), grãos, as primeiras moedas metálicas, logo em seguida as moedas de ouro e prata.
Na era moderna temos o papel-moeda, e agora temos a moeda digital e a virtual. Os avanços da moeda refletem a evolução da economia e da sociedade.
O Pix, criado pelo Banco Central Brasileiro, está completando cinco anos, conquistou os brasileiros, inspira outros países e incomoda Donald Trump, ao mexer com interesses poderosíssimos dos EUA. O Pix tem 140 milhões de usuários, transformou a relação do dinheiro com os brasileiros, da classe rica aos camelôs dos semáforos, e outros países estão estudando a sua implantação.
Sem dúvida, é um dos casos mais bem-sucedidos no mundo de sistema de pagamento instantâneo. O uso permanente deste meio de pagamento modificou a relação da população brasileira com dinheiro em espécie, cartões e instituições financeiras. Estamos na vanguarda desta tecnologia, somos referência para o mundo.
Organismos internacionais como OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), Banco Mundial e outras instituições vêm elogiando o Pix como um caso de sucesso. De todos os países com o sistema de pagamento instantâneo, além do Brasil, somente a Índia conseguiu tanta relevância quanto o Brasil. Uma a cada 11 pessoas no mundo já está utilizando pagamento instantâneo.
Outro avanço importante é a internacionalização deste meio de pagamento por meio de um modelo privado, e a sua implantação está acelerada. O serviço rápido e seguro do Pix é um dos pontos de disputa do governo americano contra o Brasil. A grande preocupação deles é o enfraquecimento das grandes bandeiras de cartão de débito e crédito, todas dos EUA.
O que Trump ignora é que toda inovação tecnológica provoca disrupção. Um exemplo ilustrativo foi nos anos 60, quando o cartão de crédito surgiu e criou dificuldades para o uso do cheque e os saques à distância. Temos inúmeros exemplos, como o Uber, que faz concorrência com os taxistas, e assim vai.
O Banco Central Brasileiro desenvolveu um projeto que conseguiu amarrar bancos, financeiras e seguradoras, promovendo uma série de inovações no sistema, diminuindo o custo para todos, além da praticidade, agilidade e confiança do sistema. Enfim, democratizou o uso do dinheiro.
O Movimento Brasil Competitivo (MBC) mostrou que o Pix resultou numa economia de R$ 106,7 bilhões desde o lançamento até junho deste ano. O vencedor do Nobel de Economia de 2008, o economista americano Paul Krugman, questiona se o Brasil “inventou o futuro do dinheiro” ao desenvolver o Pix.
Com cinco anos de existência, o Pix alcançou o mesmo que a indústria do cartão demorou mais de 30 anos para construir. Em 2025, as transações de pessoas físicas para empresas por meio do Pix representavam 44%, mais do que o cartão de crédito (30%) e débito (12%).
Em valores, o Pix deve somar R$ 4,4 trilhões em 2025 e chegar a R$ 5,4 trilhões no próximo ano. Ele virou o símbolo da nova economia popular brasileira, impulsionando os microempresários, promovendo ganhos de produtividade na economia, reduzindo gastos, gerando confiança — é um dos pilares da economia.
Acelerou a inclusão da população, especialmente de baixa renda, ao sistema financeiro e trouxe impactos importantes para a macroeconomia. O Brasil sério e competente produz inovações tecnológicas, fatos importantes como o Plano Real, a revolução do agronegócio, o avanço da Embraer — e agora a invenção do futuro do dinheiro. Nós podemos.