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Maria Mãe de Jesus e intercessora dos fiéis

Com a nota “Mater Populi Fidelis”, o Vaticano não diminui Maria; pelo contrário

por ​​​​​​Gilson Ribeiro .
Publicado há 8 horas
​​​​​​Gilson Ribeiro (Divulgação)
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Recentemente, o Vaticano divulgou a nota “Mater Populi Fidelis” (“Mãe do Povo Fiel de Deus”), aprovada pelo Papa Leão XIV. Este documento, emitido pelo Dicastério para a Doutrina da Fé, a princípio abalou a fé mariana, entretanto, quando se lê à luz da fé, esclarece o papel de Maria na história da salvação e reafirma uma verdade essencial de que Cristo é o único Redentor.

O texto explica que o título de “corredentora” não expressa corretamente a doutrina católica, pois pode sugerir que Maria teria um papel igual ao de Cristo na redenção — algo que a Igreja nunca ensinou, afinal, Jesus é o único Salvador e Maria, sua serva fiel, cooperou de modo singular e subordinado à vontade divina, ou seja, sua grandeza não está em se igualar ao Filho, mas em ter se entregue inteiramente a Ele.

A nota também aborda o termo “mediadora”, recomendando prudência no uso, pois Maria continua a ser reconhecida como intercessora entre nós e Cristo; nada muda nesse ponto. A Igreja reforça que toda graça vem de Cristo, mas que Maria intercede como Mãe espiritual, auxiliando os fiéis em sua caminhada de fé. Há um ditado popular que diz que “Uma mãe quando pede intercessão a um filho em oração tem a força de arrombar as portas do céu…”, imaginem o pedido da Mãe de Cristo!

Na prática, a devoção mariana permanece intacta, o terço, as novenas e as preces dirigidas à Virgem seguem sendo expressões legítimas de amor, confiança e fé mariana; o documento apenas ajusta o entendimento teológico, sem reduzir a grandeza de Maria na história da fé, ou seja, Ela continua sendo a Mãe de Jesus e nossa Mãe Espiritual, exemplo supremo de fé, humildade e entrega.

Nenhum filho de Maria — como eu — jamais a comparou a Cristo, e se houvesse comparação, eu diria que Maria é a Lua, linda, repleta, próxima de nós, mas cuja luz vem do Sol, que é Cristo, ou seja, toda a sua beleza reflete a luz do Filho.

É por isso que muitos a descrevem — como na canção “Cheiro de Rosas” —, como presença suave que perfuma a alma e acalma o coração, seu perfume de rosas é invisível, mas real — assim como a ternura da Mãe que intercede por nós diante de Deus.

Com a nota “Mater Populi Fidelis”, o Vaticano não diminui Maria; pelo contrário, reconhece seu papel materno e eterno na vida de todos os cristãos, em que Ela não é corredentora, mas é a companheira fiel da humanidade diante de Deus, aquela que nunca nos abandona.

Porque foi Ela — a Mãe de Jesus e minha Mãe — quem preferiu juntar meus cacos a ter me abandonado, pedacinho a pedacinho, colando-os com fé e amor... e me refez.

​​​​​​Gilson Ribeiro

Contador, cronista, poeta e membro da Academia Maçônica de Letras e Cultura do Noroeste Paulista.