Liderar e gerenciar na era da IA
Aprendamos a usar as ferramentas de IA, abraçando a tecnologia para otimizar processos

É possível observar em diferentes e recentes artigos uma certa confusão, em virtude de uma ausência de clareza nas definições conceituais sobre a Inteligência Artificial (IA), seus impactos nas vidas das pessoas e, em particular, nas das empresas no que tange aos processos de liderar e gerenciar essas Instituições. E, talvez por causa dessa lacuna, afirmam que a IA abalará essas duas disciplinas da mesma forma.
Começando pela IA, poderosa ferramenta cada vez mais presente no mundo das atividades, os estudos mostram que há apenas oito anos, um grupo de pesquisadores do Google publicou um artigo com um título instigante, Attention is All You Need, que introduziu a arquitetura transformer. Uma ideia que focava no mecanismo para processar uma linguagem sem a necessidade de modelos sequenciais antigos, e que desencadeou uma revolução.
Em nosso caso, é preciso compreender duas funções distintas: gerenciar e liderar. Gerenciar busca simplificar, cuidar dos processos, dos recursos, das tarefas, dos planejamentos e, ainda, das formas de controle, ou seja, garantir que as engrenagens girem sincronizadas, que o fluxo de caixa esteja de acordo, que as metas de produção sejam batidas, que as planilhas de controle estejam operacionais. Organizar, otimizar, medir e corrigir.
E a liderança? Um foco um pouco diferenciado, por enquanto. No momento, IA ainda não consegue substituir a essência do processo de liderança. Ou seja, os modelos para maximizar a conexão humana, aprimorar a capacidade de motivar um time em momentos de alto desafios, garantir a compreensão das divergências humanas convergindo-as em um processo aceitável de conflito pessoal, ou seja, habilidades humanas que exigirão da IA um outro patamar de desenvolvimento.
Os processos de gestão e de liderança possuem diferenças e competências distintas e complementares. Como gestores, aprendamos a usar as ferramentas de IA, abraçando a tecnologia para otimizar processos, aumentar a eficiência e liberar tempo para o que realmente importa. Como líderes, busquemos desenvolver as habilidades humanas como, empatia, comunicação, inteligência emocional, visão estratégica e a capacidade de construir relacionamentos fortes, usando a IA como uma parceira estratégica.
A transformação apresentada pela IA é diferente para quem gerencia tarefas e para quem lidera pessoas e os processos de aprimoramento organizacional. Entender essa nuance não é só uma questão de correção conceitual, é uma questão de sobrevivência e sucesso.
Regis Maia Lucci
Sócio-diretor da Resette Consulting