Diário da Região
ARTIGO

Letramento em inteligência artificial

Para jovens, a IA funciona como amplificador cognitivo; para adultos, devolve o protagonismo

por Kleber Zumiotti
Publicado há 2 horasAtualizado há 2 horas
Kleber Zumiotti (Divulgação)
Galeria
Kleber Zumiotti (Divulgação)
Ouvir matéria

Vivemos um momento singular na história dos negócios. A frase “Os negócios que sobreviverão são aqueles que morrem um pouco por dia” sintetiza com clareza o espírito deste tempo: organizações e profissionais que aceitam “morrer” em seus modelos mentais, processos e habilidades, renascem diariamente mais competitivos. Aqueles que resistem, cristalizam-se. Os que aprendem, prosperam.

Nesse contexto, o letramento em Inteligência Artificial (IA) deixa de ser um diferencial tecnológico e passa a ser uma competência humana essencial, equivalente ao domínio da escrita na revolução industrial. Porém, diferente das ondas anteriores, a IA não exige anos de formação: ela exige capacidade de aprender, desaprender e reaprender continuamente. A pedagogia ensina a base; a andragogia transforma essa base em autonomia. A IA conecta esses dois mundos.

Para jovens, a IA funciona como amplificador cognitivo, acelerando descobertas, reforçando a experimentação e aproximando teoria e prática em tempo real. Para adultos especialmente profissionais experientes a IA devolve o protagonismo, removendo barreiras técnicas e permitindo que anos de vivência se convertam instantaneamente em soluções, diagnósticos, estratégias e inovação.

O resultado é uma educação contínua, integrada e horizontal, onde a experiência ganha velocidade e a juventude ganha precisão. O papel da IA no retorno do experiente ao mercado:
Há um fenômeno silencioso, mas poderoso acontecendo: a IA está recolocando profissionais experientes no centro da mesa.

A razão é simples:

A IA reduz a carga operacional, mas não substitui experiência, contexto, ética, decisão e sensibilidade humana.
Com IA, um profissional sênior que antes era limitado pelo tempo agora pode transformar décadas de know-how em:

• diagnósticos instantâneos,

• estratégias bem estruturadas,

• análises profundas em minutos,

•decisões embasadas por dados,

• projetos completos que antes exigiam equipes inteiras.

A IA não nivela por baixo: ela eleva o teto para quem já sabe muito.

Morra um pouco por dia para nascer melhor todos os dias

O letramento em IA é a ponte entre o que fomos e o que podemos ser. Exige desapego, curiosidade, disciplina e coragem para se transformar continuamente.

Negócios que aprendem, sobrevivem.

Profissionais que se reinventam, lideram.

E aqueles que entendem a IA como ferramenta de educação contínua, e não como ameaça, tornam-se protagonistas da nova economia.

No final, a IA não substitui pessoas. Ela substitui quem parou de aprender.

Kleber Zumiotti

CEO do iProcesso