Festival FEM de Música
O Festival ganhou o nome Vinicius Nucci Cucolicchio e virou um dos maiores do país

Na década de 1990, fui contratado pela Prefeitura, no governo Manoel Antunes, com a secretária Carmen Soler Accorsi à frente, para ser o responsável pelas produções musicais da cidade. Tive a ideia de reunir os compositores da cidade dos festivais de música das décadas de 1970 e 1980, para fazer um disco e um show no Teatro Municipal. Foram dois meses de preparo até que fomos para o estúdio. O disco ficou demais.
Fizemos um show no Teatro Municipal Humberto Sinibaldi Neto, com gente sentada até nos corredores. Na sequência, fizemos mais dois shows intitulados "Conversas de Bar", que aconteceram no Teatro Municipal e no Sesc, também com gente saindo pelo ladrão. Um marco na história da cidade. Dinorath do Valle rasgou elogio na sua coluna no jornal.
A ideia foi tão boa que Vicente Serroni e eu criamos a gravadora Tempo Livre Discos. Primeiro, resgatamos os discos de vinil das décadas passadas. Na sequência, gravamos mais de 50 discos de compositores de Rio Preto e região. Até o impagável Tom Zé, num show no Sesc, ficou admirado. Ele entrou no palco com uma pilha de discos nossos e ia falando um a um a cada intervalo de música. Em 1999, no peito e na raça, promovemos um novo Festival de Música, no Centro Regional de Eventos, que não acontecia na cidade há mais de 15 anos. Tivemos apenas a ajuda da Secretaria de Esportes, com Celso Melo, que além do Centro Regional arrumou a aparelhagem de som. A princípio chamou-se FRIM, Festival Rio-pretense de Música, mas no final acabou ficando como FEM, o Festival do Fernando Marques. Assim nasceu o FEM.
O genial Belchior fez o show, de graça. Bingo. Faltou lugar. Na sequência, fizemos mais quatro festivais, agora no Teatro Municipal, com o apoio da Secretaria de Cultura do governo Edinho Araújo, na gestão do secretário Ruy Sampaio.
Em 2004, já com Pedro Ganga à frente, o Festival foi encampado pela administração e não parou mais. Com a morte do músico Vinicius Nucci Cucolicchio, o Festival ganhou o seu nome e alcançou o status de um dos maiores do país, virando, inclusive, lei municipal.
Neste ano, é a edição de número 18, após a Prefeitura encampar o Festival. A nova administração municipal já lançou a edição, mas suprimiu o nome FEM e Vinicius Nucci Cucolicchio. Por quê? Será que é uma reedição de quando uma administração quis tirar o nome do saudoso Dr. Nelson Seixas do Edital de Cultura? Vai passar...
Fernando Marques
Músico e jornalista.