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Dia da Umbanda: fé, resistência e combate à intolerância

A Umbanda e as religiões de matriz africana são práticas espirituais e expressões culturais

por Denise Maria Ferreira
Publicado há 2 horasAtualizado há 2 horas
Denise Maria Ferreira (Divulgação)
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Denise Maria Ferreira (Divulgação)
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O dia 15 de novembro é reconhecido como o Dia Nacional da Umbanda, religião genuinamente brasileira que nasceu em 1908, no Rio de Janeiro, unindo elementos das tradições africanas, indígenas e do catolicismo popular. A data, oficializada por meio da Lei Federal nº 12.644/2012, homenageia uma das expressões religiosas mais importantes da formação cultural e espiritual do Brasil.

Celebrar o Dia da Umbanda é celebrar a ancestralidade, a diversidade e a resistência de um povo que construiu sua fé em meio à opressão e ao preconceito. É também um momento de reafirmar o compromisso coletivo no combate à intolerância religiosa, que ainda hoje atinge terreiros, lideranças e praticantes de religiões de matriz africana em todo o país.

Em São José do Rio Preto, o mês de novembro tem se consolidado como um período de visibilidade e valorização das tradições afro-brasileiras. Três importantes atos públicos marcam essa agenda em 2025:

- A exposição “A Ancestralidade e Sua Diversidade”, que acontece na Casa de Cultura Dinorah do Valle, de 5 a 22 de novembro, retratando a beleza, a história e o legado das casas de axé da cidade;

- O Encontro na Represa Municipal, no dia 15 de novembro, em celebração ao Dia Nacional da Umbanda, com ato inter-religioso, cantos para entidades, apresentações culturais de capoeira e maculelê e momentos de integração espiritual;

- E o Dia Municipal do FestAxé, instituído pela Lei nº 85/2025, de autoria do vereador João Paulo Rillo, que passa a integrar o calendário oficial do município no dia 20 de novembro, data nacional da Consciência Negra. O FestAxé é um festival que reúne terreiros, grupos culturais e artistas para celebrar a fé, a ancestralidade e a cultura afro-brasileira em sua plenitude.

Essas ações reforçam que a Umbanda e as religiões de matriz africana não são apenas práticas espirituais, mas também expressões culturais e sociais fundamentais para o fortalecimento da identidade brasileira. Valorizar essas manifestações é reconhecer o direito à liberdade religiosa, promover o respeito às diferenças e reafirmar o Brasil como um país plural.

Em tempos em que o preconceito e a desinformação ainda geram ataques e discriminação, é essencial que o poder público e a sociedade civil caminhem juntos. A cultura, a fé e o respeito precisam ser instrumentos de transformação social e de união entre os povos.

Axé a todos os que mantêm viva essa chama de amor, fé e ancestralidade!

Denise Maria Ferreira

Educadora e Empreendedora Social, membra do Coletivo Mulheres na Política e integrante da Comissão Organizadora do 3°FestAxé.