Diário da Região
ARTIGO

BRICS em tempos de crises climáticas

É preciso fortalecer o discurso de imediatismo na questão climática e social

por Gabriel Bergamini
Publicado em 04/08/2025 às 19:14Atualizado em 04/08/2025 às 22:35
Gabriel Bergamini
Gabriel Bergamini
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Devido ao discurso contrário à ciência de Donald Trump que teve como um de seus lemas de campanha, o interesse em perfurar mais e mais poços de petróleo com o “Drill, Baby, Drill”, ignorando os avisos de ambientalistas e da academia científica sobre a necessidade de pôr fim a exploração de petróleo, se faz necessário uma instituição para fazer frente aos Estados Unidos e seu controle hegemônico sobre o mundo.

O Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido como Banco do BRICS, é uma instituição multilateral que se apresenta neste contexto. Criado em 2014 por países do Sul Global, com o objetivo de ser uma ferramenta multilateral para financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável, o qual se coloca em contraponto a Trump com suas políticas imperialistas e negacionistas.

Na recente cúpula do BRICS (07/07), realizada no Rio de Janeiro, os países membros se mostram líderes em como lidar com as crises climáticas, sendo realistas com a posição financeira de seus países. Onde embora o capital mundial seja suficiente para a adaptação e mitigação das mudanças climáticas, se encontra na mão de alguns poucos países, enquanto isso os países em desenvolvimento não conseguem se adaptar e acabam sendo os que mais sofrem com as mudanças climáticas, o que é uma visão clara do colapso climático em um mundo onde o capitalismo ainda predomina como modelo global.

Esta cúpula do BRICS teve como uma de suas declarações a “Leaders’ Framework Declaration on Climate Finance”, onde assumem o compromisso com os acordos globais sobre as mudanças climáticas, como o de Paris (2015), que vem se mostrando esquecido ou executado de forma insuficiente por países do Norte Global, exemplo dos EUA de Trump, que saiu do acordo, sendo um dos mais responsáveis pelas emissões de CO2.

O modelo multilateral de financiamento do BRICS para o desenvolvimento sustentável, põe-se como exemplo a ser seguido pelos demais estados que buscam a “conciliação” com o meio ambiente. Um exemplo concreto de atuação foram os 29 projetos aprovados no Brasil, informação dada pela presidenta do NDB, Dilma Rousseff, totalizando um investimento de 7 bilhões de dólares ao país.

Considerando que neste ano, o Brasil será sede da COP30, evidentemente, os países membros do BRICS já se apresentam como destaque no combate às mudanças climáticas. É preciso fortalecer o discurso de imediatismo na questão climática e social, pois o planeta e aqueles com menos recursos clamam por ajuda.

Gabriel Bergamini

Estudante de Ciências Biológicas da UNIP-SJRP e Presidente do Centro Acadêmico Chico Mendes