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A tecnologia como aliada na arte de crescer

Enxergar a tecnologia apenas como vilã é perder a chance de destravar um universo de potencialidades

por Liszeila Martingo
Publicado há 12 horas
Liszeila Martingo (Divulgação)
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Liszeila Martingo (Divulgação)
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Neste Dia das Crianças, celebramos a infância em um mundo repleto de oportunidades digitais. A questão não é mais se as crianças terão contato com a tecnologia, mas como transformá-la em uma aliada poderosa para o crescimento, preparando-as para o futuro sem esquecer a magia insubstituível do agora.

Antes de tudo, é essencial reafirmar o que é básico: nenhuma tela substitui o abraço, a corrida no parquinho ou o castelo de areia. É no mundo físico, na interação olho no olho com amigos e familiares, que se formam os alicerces da inteligência emocional, da empatia e da resiliência. É nesse solo fértil que a criatividade floresce e as habilidades sociais se desenvolvem, base de uma infância saudável e plena.

Mas enxergar a tecnologia apenas como vilã é perder a chance de destravar um universo de potencialidades. Bem usada, ela se torna um catalisador de aprendizado e criatividade. Imagine seu filho não apenas assistindo a desenhos, mas criando a própria animação com o Toontastic 3D, ou aprendendo lógica de programação de forma lúdica com o ScratchJr ou o Code.org. Esses recursos não são distrações, são sementes para o pensamento computacional e para a resolução de problemas.

As tecnologias benéficas convidam à ação. Aplicativos de realidade aumentada podem trazer o sistema solar para dentro do quarto, enquanto plataformas como a Khan Academy Kids oferecem trilhas personalizadas de aprendizado. Jogos colaborativos como o Minecraft, em seu modo criativo, funcionam como laboratórios de trabalho em equipe, planejamento e gestão de recursos. O segredo é trocar o consumo passivo pela criação ativa, transformando o tempo de tela em tempo de desenvolvimento.

Nesse cenário, o papel do adulto evolui de vigilante para curador de experiências digitais. Cabe a nós apresentar ferramentas de qualidade, participar das descobertas, fazer perguntas e estabelecer limites claros. A tecnologia é mais benéfica quando se torna uma atividade compartilhada, que gera diálogo e fortalece vínculos.

Neste Dia das Crianças, o convite é para um presente duplo: nosso tempo e nossa presença, garantindo raízes fortes de afeto e brincadeira real, e a curadoria de ferramentas digitais que lhes darão asas para explorar, criar e prosperar no mundo que irão herdar. Que formemos crianças tão fluentes em abraços quanto em algoritmos.

Liszeila Martingo

Professora e diretora da APETI.

Gustavo Dias

Professor do SESI Rio Preto.

Paulo Fantinato

Professor da UNORTE.