Amazônia 'une' grupos em defesa do verde
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura, entidade que reúne mais de 200 representantes do agronegócio, de entidades de defesa do meio ambiente, da academia e do setor financeiro, entrega nesta quinta-feira, 29, um manifesto ao presidente Jair Bolsonaro, pedindo que retome o controle do desmatamento para garantir que o Brasil possa ser um "líder agroambiental".
O grupo, que afirma estar preocupado com a escalada do desmatamento e das atividades ilegais na floresta, frisa que mais de 90% do corte de floresta na Amazônia é ilegal. "O atual governo deve tomar as medidas necessárias, uma vez que tem a sua disposição o aparato miliar e policial e, por isso mesmo, deve ser uma referência no combate à ilegalidade", escreve.
A manifestação ocorre num momento de disparada no desmatamento da Amazônia e de alta no número de queimadas. Alertas feitos pelo Inpe indicam que o corte da floresta subiu entre agosto do ano passado e julho deste ano. Monitoramento aponta alta de quase 50% no desmatamento.
"Já vivemos períodos em que uma queda significativa do desmatamento se deu em meio a um ciclo de saltos de produtividade na agropecuária. Esse histórico mostra que não é necessário desmatar para aumentar a produção agrícola. O agronegócio está sendo prejudicado por quadrilhas que atuam na ilegalidade, manchando a reputação do setor, aumentando a insegurança jurídica e a concorrência desleal para produtores e empresas", aponta o manifesto.
"O combate ao desmatamento ilegal envolve também coibir as invasões a terras indígenas ou áreas protegidas, inclusive para fins de garimpo ilegal", escreve a coalizão, que reúne empresas como Amaggi, Bayer, Cargill, Carrefour, Klabin, além de entidades como Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e Sociedade Rural Brasileira e principais ONGs ambientais do País.
QueimadasO governo federal decidiu proibir por 60 dias a permissão para queimadas em todo território nacional. A medida será publicada nesta quinta, no Diário Oficial da União. A suspensão não se aplica em casos de controle fitossanitário, se autorizados por órgão ambiental, para prevenção e combate a incêndios e agricultura de subsistência indígena.