Superior Tribunal de Justiça Desportiva pede inquérito sobre injúria racial
Denúncia de injúria racial foi feita pelo volante Edenílson no último sábado, durante o empate por 2 a 2 entre Internacional e Corinthians, no Beira-Rio
A Procuradoria da Justiça Desportiva pediu a abertura de um inquérito para apurar a injúria racial denunciada pelo volante Edenílson no último sábado, durante o empate por 2 a 2 entre Internacional e Corinthians, no Beira-Rio. O jogador relatou ter sido chamado de "macaco" por Rafael Ramos, lateral-direito do time paulista.
Anunciada nesta terça-feira, 17, em nota oficial publicada no site do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), a solicitação de inquérito já foi encaminhada a Otávio Noronha, presidente do órgão. De acordo com o STJD, o caso exige uma análise minuciosa dos acontecimentos.
"Ante à possibilidade da oitiva de mais depoimentos, bem como a reunião de novos documentos e mídias que corroborem com o depoimento do atleta Edenilson, em respeito à causa antirracista e à condução isenta dos procedimentos neste STJD, em especial por esta Procuradoria, faz-se necessária a apuração detalhada da prática da referida e repudiável conduta discriminatória", diz o pedido.
Ao fim da partida de sábado, Edenílson registrou um Boletim de Ocorrência contra Rafael Ramos ainda no Beira-Rio. Por isso, o jogador português foi detido no posto policial do estádio e prestou depoimento, mas acabou liberado após pagamento de fiança. Ele disse que "foi apenas um mal entendido" e que o volante do Inter teria entendido errado a palavra que ele falou. Quando Edenilson se manifestou, contudo, foi para confirmar sua versão do fato e para dizer que a denúncia estava mantida.
Com o pedido da abertura de inquérito, os dois jogadores devem ser ouvidos novamente, assim como o árbitro Bráulio Machado.