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EFEITOS

Tarifas são mais ‘aparentes’, diz Fed

por Agência Estado
Publicado em 20/08/2025 às 21:02Atualizado em 21/08/2025 às 00:46
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Dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) consideraram que os efeitos das tarifas “estavam se tornando mais aparentes nos dados, como indicado pelos recentes aumentos na inflação de bens”, enquanto a inflação de serviços continuou a desacelerar, segundo a ata da última reunião do BC dos Estados Unidos, divulgada nesta quarta-feira, 20.

Segundo o documento, “muitos participantes notaram que pode levar algum tempo para que os efeitos completos das tarifas mais altas sejam sentidos nos preços de bens e serviços ao consumidor”.

Entre as razões citadas estão o acúmulo de estoques em antecipação às tarifas mais altas; a lenta transferência de aumentos de custos de insumos para preços finais; a atualização gradual de contratos; a manutenção de relacionamentos entre empresas e clientes; questões relacionadas à arrecadação de tarifas; e negociações comerciais ainda em andamento.

A ata do Fed ainda relatou que "as evidências até agora sugeriram que os exportadores estrangeiros estavam pagando, na melhor das hipóteses, uma parte modesta do aumento das tarifas, o que implica que as empresas e consumidores domésticos estavam arcando predominantemente com os custos".

Alguns dirigentes destacaram que companhias teriam cada vez mais que repassar os custos de tarifas aos clientes finais. Outros, porém, disseram que estratégias como "negociar ou trocar fornecedores, alterar processos de produção, reduzir margens de lucro, impor mais disciplina salarial ou explorar medidas de eficiência, como automação e novas tecnologias", vinham sendo usadas para evitar repasses integrais.

Inflação

A ata do Federal Reserve mostra ainda que os membros do FOMC avaliaram que o aumento da inflação no curto prazo nos Estados Unidos parece provável, ainda que magnitude, timing e persistência da inflação sejam incertas.

O documento relata que os membros concordaram que a inflação permanecia relativamente elevada naquele momento, mas indicadores recentes sugeriam que crescimento da atividade apresentava moderação no primeiro semestre.

Membros concordaram que, ao considerar ajustes adicionais à política monetária, avaliariam dados recebidos, além da perspectiva e o equilíbrio de riscos. A maioria considerou que risco de inflação supera risco para o emprego.