Venda de flores e plantas em Rio Preto registra crescimento de 20%
Produtores e vendedores de plantas e flores de Rio Preto e região registram aumento no consumo desde o início da pandemia; com o maior cuidado voltado à casa, crescimento chega a 50%

Cultivar plantas é uma paixão que a cada dia encontra novos adeptos. Com a pandemia de coronavírus, esse movimento ganhou ainda mais força, o que ajudou e, muito, produtores de plantas e flores de Rio Preto e região. Quem vai ao Ceasa aos sábados pela manhã vê o movimento intenso de consumidores, os famosos pais e mães de plantas, que buscam desde pequenos vasos flores até mudas de árvores frutíferas em produção. O resultado disso é o aumento nas vendas do setor, que chega a 50% desde março do ano passado.
Para a Plant Garden, loja de plantas do Ceasa, a pandemia foi um período de bons frutos. Desde o início de 2020 até o momento, o volume de vendas no varejo e nos serviços de paisagismo tiveram uma alta de 50%. De acordo com o empresário Douglas Zaneti, foi preciso investir em mão de obra e incremento na logística para dar conta da demanda. “As pessoas passaram a adotar esse hobby como forma de passar o tempo em casa, que é um jeito de investir na decoração. Virou uma coisa de família. Se antes apenas a mulher vinha buscar plantas, agora virou uma coisa de casal”.
Para Zaneti, a parte de jardinagem e paisagismo foi o que puxou essa alta durante a pandemia, principalmente para decoração de interiores e serviços residenciais. Em relação aos tipos de plantas, houve uma procura geral. Mas o destaque ficou para suculentas, orquídeas e primaveras. O preço também é bastante democrático: varia de R$ 2 até R$ 700, para plantas mais formadas e já prontas para irem ao vaso.
Durante a pandemia, a empresa investiu em um novo nicho de mercado, a venda e o plantio de árvores frutíferas adultas. “As pessoas querem poder plantar a árvore hoje e apanhar o fruto amanhã, sem ter que esperar vários anos para a árvore se formar”. Para realizar o serviço foi preciso também investir em estrutura, já que o “transplante” exige diversos cuidados, tanto no transporte quanto na hora de replantar. Entre as árvores frutíferas mais procuradas estão jabuticabeiras, mangueiras, coco-da-bahia e tamareiras. Dependendo do tipo, uma árvore frutífera adulta pode chegar a R$ 20 mil.
No Orquidário Rio Preto, a procura por orquídeas desde o início da pandemia teve um salto de aproximadamente 40%, afirma a produtora Deolanda Rodrigues. “A orquídea é uma ótima opção para decorar a casa ou o jardim e fazer o cultivo acaba sendo uma terapia. Aqui, temos procura tanto de planta com flor quanto de mudas para crescer”.
O presidente da Associação dos Produtores e Comerciantes do Mercado de Flores de Rio Preto (Aprorio), Josildo Pereira de Souza, avalia que a média de crescimento do setor em relação ao ano passado já está em 20% e a expectativa para o fim do ano é otimista. “As festas e eventos estão voltando, e com isso o mercado está aquecendo. Com a proximidade do final do ano, esperamos que aqueça ainda mais”.
Paixão que vai além de hobby
Formada em arquitetura com especialização em paisagismo, a administradora de empresas Carla Coimbra tem um relacionamento muito forte com as plantas. Essa paixão que surgiu bem antes da pandemia contagiou, inclusive, outros membros da própria família. Além dela, o marido e o filho, também formado em arquitetura, compartilham do amor em relação à natureza.
“Planta pra mim não é hobby, é paixão mesmo. Elas dão vida ao ambiente. Não é algo que você deixa para o final de uma obra, para fazer de qualquer jeito”, conta.
E, se fosse possível medir em tamanho, poderia-se dizer que o amor da família pelas plantas tem 33 metros. Esse é o comprimento do painel vertical instalado recentemente no jardim da família, uma estrutura que abriga diferentes espécies de plantas e que foi elaborada recentemente por ela e pelo filho durante a reforma da casa. O jardim ainda possui árvores e palmeiras. “Como elas exigem manutenção constante, acaba sendo uma relação muito próxima”. (FN)