Diário da Região
MILHAS VALEM DINHEIRO

Confira dicas simples para se cadastrar e aproveitar as milhas acumuladas

Programa de acúmulo de pontos é ferramenta importante para o consumidor que quer economizar em viagens, principalmente

por Lucas Israel
Publicado em 02/08/2022 às 22:55Atualizado em 03/08/2022 às 00:10
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Rafaela Molás encontrou nas milhas uma aliada para viajar (Arquivo Pessoal)
Rafaela Molás encontrou nas milhas uma aliada para viajar (Arquivo Pessoal)
Letícia Macera, o marido e o filho viajaram a Gramado usando milhas (Arquivo Pessoal)
Letícia Macera, o marido e o filho viajaram a Gramado usando milhas (Arquivo Pessoal)
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O acúmulo de pontos e milhas por meio dos cartões de crédito se tornou uma ferramenta bastante útil para quem programa uma viagem, especialmente em uma época de inflação alta, dólar caro e o preço dos combustíveis apresentando oscilações severas. Dependendo da utilização, aquele gasto do dia a dia pode servir até para a reserva de hospedagem, por exemplo, o que torna a viagem muito menos custosa. Mas, como tudo na vida, é preciso cuidado para evitar o crédito se transforme em problema.

O acúmulo de pontos, que antes era feito apenas por meio da compra de passagens aéreas – por isso o nome milhas, afinal, quanto mais a pessoa viajava, mais ela podia viajar – deixou de ser feito exclusivamente pela compra dos bilhetes e passou a ser possível por meio dos cartões de crédito. Só que se por um lado eles ajudam nas compras de grande valor, fazendo com que a despesa caiba no bolso do consumidor, por outro lado podem gerar endividamento.

Para entrar no “mundo das milhas”, a programação precisa ser feita passo a passo, segundo a professora rio-pretense Rafaela Molás. Formada em biologia, ela se apaixonou pelas viagens quando fez um intercâmbio em 2014 e passou até dar cursos pela internet sobre o assunto. Depois disso, ao ver o preço das passagens, passou a procurar por maneiras mais em conta de fazer as viagens e encontrou nas milhas uma boa aliada. “Com a estratégia de pontos para a classe executiva, voei para a Tanzânia com uma passagem que custaria R$ 40 mil por R$ 4 mil”.

Como funciona

O mecanismo das milhas funciona de maneira simples: primeiro, a pessoa precisa ter um cartão de crédito e efetuar compras por ele. Para somar os pontos, o consumidor precisa estar cadastrado em um programa de acúmulo de pontos que varia de banco para banco. Os maiores planos de pontos são Livelo (mantido por Bradesco, Caixa e Banco do Brasil), Dotz, Esfera (Banco Santander), Iupp (Itaú), e o Átomos (C6 Bank).

A cada compra, o comprador recebe pontos em função do valor gasto - que pode ser em dólares ou reais. Essa pontuação pode ser acumulada diretamente por programas de milhagem dentro das companhias aéreas, como Azul, Gol e Latam, ou em aplicativos de compra das próprias empresas como, por exemplo, programas de postos de gasolina, ou em pontos extras em estabelecimentos parceiros.

“As milhas valem dinheiro. Se você não entende, está perdendo dinheiro ou oportunidades de viagem. Os cuidados são em relação a filtrar as melhores oportunidades para acumular mais milhas com os gastos do dia-a-dia. Estando antenado nessas promoções é que se consegue turbinar o acúmulo, explica Rafaela.

Ela diz ainda que existem sites especializados que compram milhas e as revendem para clientes interessados. Nessa operação, os consumidores podem ganhar dinheiro com as milhas e eventualmente converter os ganhos.

Letícia Macera aproveitou que já acumulava milhas, ainda sem saber, e fez uma viagem para Gramado, no Rio Grande do Sul sem pagar nenhuma passagem para ela, o marido e o filho, de um ano e cinco meses. “Só pagamos as taxas de embarque. Foi a primeira viagem com nosso filho. A próxima viagem já está sendo planejada para o ano que vem com um membro a mais”, afirma, projetando o nascimento do segundo filho, já que está gestante.

Os pontos acumulados ainda podem render benefícios, como reservas em hotéis, mas são as passagens aéreas, mesmo que conferem o grande desconto. Segundo a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), as passagens aéreas, no Brasil, subiram 77% em um ano e a tendência é que a alta acompanhe a escalada do dólar – já que os custos da aviação são medidos pela moeda americana – e a oscilação dos preços do petróleo.

“As pessoas não podem cair em algumas armadilhas. O cartão de crédito deve ser utilizado com cautela e não superar o orçamento no mês. Caso contrário, ela pode cair no rotativo e os juros são muito caros”, afirma o consultor financeiro João Elias Martins. “​Tem o atrativo dos pontos, mas é interessante que a pessoa gaste naquilo que é o seu custo normal. O que não pode é gastar para ter o benefício”, conclui.