Diário da Região
IPCA-15

Prévia da inflação cai para 0,18% em outubro

por Agência Estado
Publicado há 9 horasAtualizado há 8 horas
Os combustíveis subiram 1,16% sendo que o etanol avançou 3,09% (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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Os combustíveis subiram 1,16% sendo que o etanol avançou 3,09% (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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A despeito dos aumentos nos combustíveis e nas passagens aéreas, a prévia da inflação oficial no País desacelerou em outubro. O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo - 15 (IPCA-15) arrefeceu de uma elevação de 0,48% em setembro para uma alta de 0,18% em outubro, taxa mais branda para o mês desde 2022, segundo os dados divulgados nesta sexta-feira, 24, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O resultado fez a taxa do IPCA-15 acumulada em 12 meses descer de 5,32% em setembro de 2025 para 4,94% em outubro de 2025, a mais baixa desde janeiro deste ano. Após a divulgação, o Itaú Unibanco cortou sua projeção para o IPCA de 2025, de 4,7% para 4,6%, mesmo movimento manifestado pela corretora Monte Bravo.

A Monte Bravo reduziu também a estimativa para o IPCA fechado deste mês, de alta de 0,27% para 0,20%. Para o economista-chefe da corretora, Luciano Costa, o IPCA-15 de outubro trouxe uma composição benigna, reforçando a trajetória de desinflação da economia e abrindo espaço para o início do ciclo de cortes na taxa básica de juros, a Selic, pelo Banco Central.

“Nossa avaliação é que, até o início de 2026, a inflação projetada pelo Banco Central para o horizonte relevante estará em linha com a meta”, afirma Costa, em nota, acrescentando que o cenário levaria a autoridade monetária a iniciar o ciclo de cortes da Selic a partir de janeiro de 2026, reduzindo a taxa dos atuais 15% ao ano para 11,0% em dezembro de 2026.

As altas nos preços da gasolina, etanol e passagens aéreas foram responsáveis juntas por mais da metade da inflação de outubro, 0,10 ponto porcentual da taxa de 0,18% registrada neste mês.

Os combustíveis subiram 1,16%. O etanol avançou 3,09% (impacto de 0,02 ponto porcentual), e a gasolina subiu 0,99% (item de maior pressão no mês, 0,05 ponto porcentual). As passagens aéreas ficaram 4,39% mais caras em outubro (impacto de 0,03 ponto porcentual). Houve altas também nos subitens ônibus urbano (0,32%) e metrô (0,03%).

Já a energia elétrica residencial passou de uma alta de 12,17% em setembro para uma queda de 1,09% em outubro, item de maior alívio individual sobre o IPCA-15. O mês de setembro vinha pressionado pela recomposição das contas de luz, passado o efeito do Bônus de Itaipu creditado nas faturas emitidas no mês de agosto, em meio à vigência da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adicionava R$ 7,87 na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos. Já em outubro, passou a vigorar a bandeira tarifária vermelha patamar 1, reduzindo a R$ 4,46 o adicional na conta de luz a cada 100 Kwh consumidos.

“Para o índice fechado de outubro, a expectativa é de arrefecimento adicional. A dinâmica refletirá avanço menor dos preços administrados, com destaque para os impactos da redução dos preços da gasolina promovida pela Petrobras a partir de 21 de outubro e a deflação mais intensa das tarifas de energia elétrica, que captarão plenamente o efeito da mudança de bandeira tarifária entre setembro e outubro”, previu Matheus Ferreira, analista da consultoria Tendências, em relatório.

O gasto dos consumidores com alimentação e bebidas recuou em outubro pelo quinto mês consecutivo, desta vez em -0,02%. O custo de alimentos comprados em supermercados diminuíram 0,10%. Ficaram mais baratos a cebola (-7,65%), ovo de galinha (-3,01%), arroz (-1,37%) e leite longa vida (-1,00%). Por outro lado, houve altas no óleo de soja (4,25%) e nas frutas (2,07%). A alimentação fora de casa aumentou 0,19%: a refeição subiu 0,06%, e o lanche avançou 0,42%.

Três dos nove grupos de produtos e serviços que integram o IPCA-15 registraram quedas de preços em outubro. Além de alimentação, as famílias gastaram menos também com Comunicação (-0,09%) e Artigos de residência (-0,64%).

“O resultado é muito bom do indicador, mas não devemos nos ‘emocionar’ com os números”, sugeriu o economista André Perfeito, em nota, lembrando que o horizonte do Banco Central é a inflação na meta em 2027. “Corte de juros apenas em 2026”, pontuou.