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TRIMESTRE

Taxa de desemprego no Brasil recua de 10,5% para 9,8% no trimestre encerrado em maio

Em números, o Brasil tem hoje 10,6 milhões de pessoas desocupadas

por Agência Estado
Publicado em 01/07/2022 às 00:11Atualizado em 01/07/2022 às 08:59
Total de pessoas ocupadas atingiu 97,5 milhões (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Total de pessoas ocupadas atingiu 97,5 milhões (Marcelo Camargo/Agência Brasil)
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O desemprego no Brasil caiu de 10,5% no trimestre terminado em abril para 9,8% no encerrado em maio, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira, 30, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Esta é a primeira vez que a taxa de desemprego fica abaixo de 10% desde o trimestre encerrado em janeiro de 2016, quando ficou em 9,6%. O resultado também foi o menor para o trimestre encerrado em maio desde 2015, quando estava em 8,3%.

Em números, o Brasil tem hoje 10,6 milhões de pessoas desocupadas. São 1,4 milhão de pessoas a menos frente ao trimestre anterior, o que representa um recuo de 11,5%. Na comparação anual, a queda foi de 30,2%, com 4,6 milhões de pessoas a menos desocupadas.

Em igual período de 2021, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua ficou em 14,7%. No trimestre encerrado em abril de 2022, a taxa de desocupação estava em 10,5%.

A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.613 no trimestre encerrado em maio, queda de 7,2% em relação ao mesmo período do ano anterior. A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$ 249,849 bilhões no trimestre até maio, alta de 3% ante igual período do ano anterior.

O total de pessoas ocupadas atingiu o recorde da série iniciada em 2012, com 97,5 milhões. Uma alta de 2,4%, ou mais 2,3 milhões de pessoas, na comparação trimestral, e de 10,6%, ou 9,4 milhões de pessoas, na comparação anual. O nível da ocupação foi estimado em 56,4%, alta de 1,2 ponto percentual frente ao trimestre anterior e de 4,9 pontos percentuais em relação ao mesmo trimestre de 2021.

Repercussão

A queda da taxa de desemprego do País a 9,8% no trimestre móvel encerrado em maio mostra um mercado de trabalho melhor do que o esperado, avalia o Modal. “A partir do dado de hoje, vamos atualizar nossa projeção da taxa de desemprego e vislumbramos um número abaixo de 10% para o final de 2022 e 2023”, afirma o economista-chefe do banco, Felipe Sichel, em relatório.

Para o economista Bruno Imaizumi, da LCA Consultores, a queda da taxa de desemprego reflete o não retorno ao mercado de trabalho, após a pandemia de Covid-19, de uma parcela da população, formada principalmente por mulheres e idosos.

“Quando comparamos maio com fevereiro de 2020, temos ainda 2,8 milhões de pessoas a mais fora da força de trabalho. São pessoas que não conseguiram retornar ao mercado”, afirma Imaizumi. Segundo o economista, a partir da análise de microdados disponíveis até março deste ano, no âmbito do gênero, as mulheres compõem a maioria entre essa população, já no quesito etário, são os idosos.