Diário da Região
ESQUEMA DE PIRÂMIDE

EUA acusam dois brasileiros por vida de luxo

por Agência Estado
Publicado em 02/07/2022 às 02:47Atualizado em 02/07/2022 às 03:14
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Dois brasileiros foram acusados de fraude nos Estados Unidos por um esquema de pirâmide financeira global, envolvendo criptomoedas, e que teria deixado US$ 100 milhões em perdas. Emerson Sousa Pires e Flavio Mendes Gonçalves, juntamente com o americano Joshua David Nicholas, estão sendo investigados por se apropriarem indevidamente de milhões de dólares de investidores nos EUA em troca de uma vida de luxo no país, com direito a Lamborghini, compra de imóveis luxuosos e gastos na joalheria Tiffany.

Em ações paralelas, o caso foi denunciado na quinta-feira, dia 30, pelo Departamento de Justiça dos Estados Unidos e reguladores do mercado de capitais, como a Securities and Exchange Commission (SEC) e a Commodity Futures Trading Commission (CFTC). A investigação envolve ainda o FBI e a Agência de Investigações de Segurança Interna dos EUA, a HSI.

Os brasileiros Emerson Sousa Pires e Flavio Mendes Gonçalves, ambos de 33 anos, são apontados como fundadores da EmpiresX, uma espécie de pirâmide financeira, e teriam deixado os EUA, retornando ao Brasil no início deste ano, após a eclosão do esquema fraudulento. Já o americano Joshua David Nicholas, de 28 anos, é apresentado como 'head trader', ou diretor de negociação, da suposta empresa. A reportagem não conseguiu contato com os acusados.

Segundo a acusação, o esquema de fraude teve início em meados de 2020, baseado na promessa de lucros de 1% ao dia, a partir de um robô de investimentos em criptomoedas, e que arrecadou cerca de US$ 40 milhões de investidores, conforme a SEC. O órgão acusa o sistema de ser falso, com as negociações resultando em "perdas significativas" a investidores enquanto apenas uma pequena parcela do dinheiro dos investidores foi transferida para a conta de corretagem da empresa, a EmpiresX.

"Em vez disso, os réus supostamente se apropriaram indevidamente de grandes somas de dinheiro dos investidores para alugar um Lamborghini, fazer compras na Tiffany & Co., fazer um pagamento em uma segunda casa e muito mais", diz a SEC, em comunicado.