Menos qualidade na cana


A safra de cana-de-açúcar no Centro-Sul do País registrou níveis menores de qualidade nas plantações, o que tem prejudicado o produto. De acordo com Luciano Rodrigues, diretor de Inteligência Setorial da União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica), o setor registra situação atípica nesta temporada, pois normalmente há uma relação inversa entre produtividade agrícola e qualidade da matéria-prima. “O nível de Açúcares Totais Recuperáveis (ATR) da safra 2025-2026 é o menor observado em 10 anos. Só no ciclo 2015-2016, registramos um indicador de qualidade inferior ao contabilizado até o momento no Centro-Sul”, comenta. Ele afirmou ainda que a produtividade da cana foi afetada pelo regime de chuva desfavorável às plantações de cana no Centro-Sul, principal região brasileira produtora de etanol, açúcar e bioenergia.
Investimento no agro paulista
O governo do estado de São Paulo aprovou o investimento de R$1,1 bilhão, sendo R$ 800 milhões financiados pelo Banco Mundial e o restante em contrapartida do Tesouro Estadual, para o Projeto Agro Paulista Mais Verde – Microbacias III. Segundo a Secretaria estadual de Agricultura, a iniciativa terá duração de seis anos e beneficiará mais de 120 mil produtores rurais paulistas, o que envolve o aumento nas vendas de produtos realizadas pelos agricultores familiares através do investimento na infraestrutura produtiva das agroindústrias, cooperativas e associações de produtores.
Safra recorde de grãos
O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), aponta que a safra nacional de grãos deve totalizar 340,5 milhões de toneladas em 2025. O resultado mostra o aumento de 16,3% ou 47,7 milhões de toneladas em comparação com a safra de 2024 (292,7 milhões de toneladas). “A estimativa de julho para a safra 2025 é recorde da série histórica do IBGE. O crescimento da safra brasileira é consequência dos maiores investimentos realizados pelos produtores, que ampliaram as áreas de plantio e investiram mais em tecnologia de produção, motivados pelos bons preços dos principais grãos por ocasião do plantio da 1ª (safra das águas ou verão) e 2ª safras (safra das secas). Outro fator foi o clima, que beneficiou as lavouras no campo na maioria das regiões do País”, afirmou o gerente do LSPA, Carlos Barradas.
Preços do arroz
Os preços médios do arroz em casca seguem em ligeira queda, de acordo com levantamento do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). Segundo pesquisadores, além das baixas externas e da taxa de câmbio, que reduz a paridade de importação, a menor liquidez interna explica a pressão sobre as cotações domésticas. Parte das indústrias reduziu moderadamente os valores de compra do arroz, enquanto outras priorizaram o produto já estocado nas unidades de beneficiamento, conforme avaliou o Cepea.